Jovens produtores são capacitados em Paraguaçu
A cafeicultura é o carro chefe da economia em Paraguaçu sendo responsável por 48% da economia do município. Diante da força da commodity, a preocupação dos técnicos de área recai sobre a formação dos jovens cafeicultores. A maioria deles começa a produzir juntamente com os pais e carregam vícios de produção que podem comprometer a bebida do café e, consequentemente, a rentabilidade da atividade.
Segundo o mobilizador do Senar no município, Rodrigo Carneiro Lopes, o aproveitamento das capacitações foi muito bom, tanto que o trabalho terá sequência em outro programa da Faemg, o Café + Forte. Para o gerente do departamento técnico da cooperativa, Rogério Araújo Pereira, a capacitação é importante para evitar vícios do passado, auxiliar na sucessão familiar e deixar os jovens mais preparados para exercer uma atividade rentável no campo. “Os participantes gostaram muito ao perceberem que toda técnica repassada é aplicável no dia a dia da propriedade”.
Na prática
O cafeicultor José Andrade Dias Júnior já avalia as mudanças implantadas; uma delas é a redução dos custos com combustíveis. Para isso comprou um carro mais econômico e maior para o transporte de toda equipe da fazenda. José destaca que algumas das ferramentas de controle já eram adotadas por ele como as anotações das despesas e o fluxo de caixa, mas aprendeu a controlar ainda mais as despesas com a pergunta: eu preciso ou eu quero esse produto?
Segundo ele, desta forma evitaram o investimento em um novo secador de café que ficaria ocioso para o tamanho da área em que trabalham; 36 hectares entre uma parte arrendada por ele e a fazenda do pai. “Sabendo efetuar o manejo da forma adequada dá para realizar o trabalho, sem comprometer a qualidade, com os equipamentos que temos. É preciso saber onde investir”.
O instrutor do Senar, Mário Assis Daúd ressalta que na maioria das regiões, no tocante ao custo de produção as estruturas de suporte (maquinários, construções) não estão dimensionadas da maneira adequada, o que pode onerar os custos de produção. Segundo Márcio é importante à busca de assistência técnica para a tomada de decisões, desde a primeira etapa do investimento que é a escolha da área para o plantio.
Entre as demais mudanças que serão implantadas por José Dias, após a colheita, está à redução de funcionários e o censo das lavouras, o que determinará exatamente quantos pés de café têm entre as lavouras novas e velhas. “Temos áreas antigas que precisam ser renovadas. Nessas áreas não sabemos exatamente quantos pés de café temos por hectare. Essas informações são importantes para definirmos corretamente a adubação e para não comprometer o nosso passivo”.
José hoje é sócio do pai e juntos entre as fazendas Esperança e Ilha da Garça esperam colher 2.000 sacas nesta safra. A dificuldade, segundo o produtor, está na chuva que chegou com tudo no mês de junho e levou para o chão ¼ da sua lavoura. Mas ele confia que mesmo com os grãos no chão não perderá muito na qualidade, devido à altitude da sua propriedade.
Café + Forte
Segundo a analista de agronegócios da Faemg e coordenadora do programa, Ana Carolina Alves Gomes, a Coomap é parceira do Café + Forte desde 2011 e os resultados apresentados melhoram a cada ano. “Um dos objetivos do nosso programa é possibilitar a integração, trazendo oportunidades para os participantes dentro do Sistema FAEMG (Faemg, Senar, Inaes e Sindicatos), com formação complementar, possibilitando ampliar a competitividade dos produtores nessa atividade tão complexa, a cafeicultura”.
Desenvolvido e coordenado pelo Sistema FAEMG, com o apoio do Sicoob Crediminas e de parceiros nos municípios onde o projeto está presente, o Café+ Forte realiza a transferência de tecnologia nas áreas de gestão e custos, aumentando a capacidade de gerenciamento do cafeicultor mineiro.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Senar MG – Regional de Passos (Denise Bueno)