Jornalista Míriam Leitão visita setor de cafeicultura da UFLA

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Na sexta-feira (2), um café especial foi preparado no Polo de Tecnologia em Qualidade do Café, setor de cafeicultura da Universidade Federal de Lavras (UFLA) para receber a jornalista Míriam Leitão. Acompanhada do reitor, professor Antônio Nazareno Guimarães Mendes, de assessores e professores da Universidade, a mais famosa colunista de economia do Brasil degustou cafés especiais e conheceu as linhas prioritárias de pesquisa da UFLA, Polo de Excelência do Café e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT/Café).  À noite, Míriam Leitão proferiu a palestra de encerramento do VIII Curso de Verão organizado pelo Departamento de Ciências Exatas da UFLA, com o tema “Conjuntura Econômica e Educação”. 

Entre os assuntos abordados, a jornalista comentou sobre a importância dos estudos que garantem ao Brasil a liderança em produção de café e a busca por novos mercados, já que o país é o maior produtor mundial sem ter uma marca forte que o diferencie nos países consumidores. Também destacou os desafios das mudanças climáticas, geração de conhecimento e proteção do patrimônio natural.

Abaixo, destacamos alguns comentários em entrevista exclusiva ao Polo de Excelência do Café:

Campo X cidade
“Hoje não existe mais esta divisão entre campo e cidade e o que contribuiu para isso foi justamente a tecnologia da comunicação, que tem feito uma grande revolução em nossas vidas. Hoje não existe mais a defasagem do campo sem informação. Não é preciso ter vergonha de ser produtor rural, porque somos bons nisso. Mas também não podemos mais optar entre a commodity e o chip. Temos que investir nos dois”.

Produção e industrialização
“O Brasil é o maior produtor de café desde sempre e não tem nenhuma grande marca de café. Os países que mais vendem café industrializado não produzem café, como a Alemanha. Estamos fazendo alguma coisa errada. O café foi ‘o produto’ do início do século passado e continua sendo importante na pauta de exportação. Temos que ter pesquisa, tecnologia, marketing e uma estratégia para conquistar novos mercados com valor agregado”.

Pesquisa e tecnologia

“Esse encontro que vi aqui na UFLA, da pesquisa e alta tecnologia direcionadas às demandas regionais é fundamental para a manutenção dessa liderança em produção. […] Eu vi com muita alegria o trabalho que é feito aqui e também o esforço para que o conhecimento não fique enclausurado dentro da universidade. […] A pesquisa pura leva à pesquisa aplicada, que tem que chegar ao produtor, que tem que chegar à economia e fazer a roda girar”.

Nichos de mercado e economia solidária

“É uma alternativa. Todo o caminho que você conseguir provar que o processo de produção é limpo de pontos que o mercado condena vale a pena. Cada vez mais o consumidor vai perguntar de onde vem o produto e como foi feito. Assim, a tendência é que o mercado desses nichos cresça, como o fair trade. A pressão virá dos consumidores sobre as empresas, que terá que fazer acordos com os produtores certificados”. 

Educação e Inovação 

“Eu vi o Brasil melhorar. Venceu a luta contra a ditadura, a luta contra uma hiperinflação e conseguiu melhorar o acesso das crianças na escola. Existem muitos investimentos ainda a serem feitos em educação. A educação levará naturalmente à inovação, sendo capaz de realizar seres humanos no seu potencial máximo. A educação produz mentes inquietas, mais preparadas para formular perguntas novas. O Brasil é muito atrasado em inovação, tem pouca patente. Temos que ficar mais atentos ao poder da inovação. Empresa tem que investir, universidade tem que investir para que possamos agregar valor aos produtos que já temos”.  

Durante a apresentação na UFLA, Míriam Leitão ressaltou a ascensão econômica da China, em contraponto aos Estados Unidos, maior mercado consumidor de café. Suas análises e perspectivas sobre o país asiático se tornar a maior potencia mundial sugerem que será mesmo necessário ensinar os chineses a degustar um bom café. Por aqui, a colunista diz já fazer a sua parte, o café é o primeiro ato do dia e o ingrediente necessário para o ritmo de uma jornalista que não para.  

Fonte: Polo de Excelência do Café

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