Ipea prevê que inflação não passará 6% no ano

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A previsão do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ligado ao governo federal, é que a inflação em 2011 não deve ultrapassar o teto da meta 6,5%, ficando entre 5% e 6%.

Segundo o boletim Conjuntura em Foco, divulgado nesta quarta-feira (18), no acumulado dos últimos 12 meses, espera-se que “a inflação ainda suba pelo efeito estatístico de carregar a inflação alta dos primeiros meses de 2011”.

O combate à inflação se tornou um dos principais objetivos do governo. Para este ano, o centro da meta de inflação perseguido pelo Banco Central é de 4,5%.

O centro da meta pode ter variação de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja, a inflação poderia ir de 2,5% a 6,5%.

Segundo o coordenador do Grupo de Análise e Previsões do Ipea (GAP), Roberto Messenberg, o modelo de metas de inflação prevê que a inflação acumulada em 12 meses fique dentro desta margem.

“Isso não significa descumprir a meta. A banda de variação existe justamente para acomodar os choques, que são os choques de commodities”, afirmou Messenberg ao destacar que espera para o segundo semestre uma queda gradual da inflação.

O boletim do Ipea faz menção à última ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, relativa à reunião abril deste ano, que elevou a taxa básica de juros (a Selic) em para 12% ao ano.

O documento diz que o conjunto de medidas adotadas a partir de 2010 deverá surtir “o efeito desejado e trará a inflação de volta ao centro da meta em 2012”.
 

Preço das commodities
 
A expectativa para o segundo semestre é uma tendência de arrefecimento da inflação das commodities, de acordo com Messenberg.

Segundo o boletim do Ipea, os preços de commodities, que pesam na formação de preços da economia brasileira, cresceram significativamente quando cotados em dólar desde meados de 2010, liderado pelo crescimento dos preços das commodities agrícolas em 2010 e de energia em 2011.
 

Serviços
 
O efeito das medidas macroprudenciais adotadas pelo governo também contribui para a redução da alta dos preços de serviços, segundo o Ipea, por meio da contenção do crédito.

A medida macroprudencial que Messenberg destaca é a de restrição ao crédito, anunciado pelo Banco Central em dezembro de 2010, incluindo aumento nas alíquotas de compulsório sobre depósitos a prazo, de 15% para 20%, no adicional de compulsório para depósitos a prazo e à vista, de 8% para 12%, e no fator de ponderação de risco nas operações de crédito para pessoa física com prazo superior a 24 meses, de 100% para 150%.

Em março de 2011, ocorreram ajustes nas regras de dedução de compulsórios sobre depósitos a prazo, e, em abril do mesmo ano, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de empréstimos para pessoa física passou de 1,5% para 3%.

 
Inflação sob controle
 

Messenberg afirma que a inflação brasileira não está fora de controle. “Ficaremos dentro da meta. Não temos nada que possa sustentar o diagnóstico que a economia brasileira fique desgarrada”.

Segundo o coordenador do Ipea, apesar de haver um processo de aceleração inflacionária, não há um “combustível para que leve a uma bolha de preços ou de superinflação”.

“O que temos no Brasil é ganho de salário real, valorização do câmbio, maior demanda pela moeda doméstica e fuga da moeda estrangeira”.

Messenberg destaca que, apesar da inflação, a economia brasileira está conseguindo preservar uma trajetória ascendente de investimentos.

“Estamos muito próximos de conseguir fazer com que a taxa de investimento na economia cresça ao custo de uma pequena elevação da inflação”, disse.

Messenberg ainda destacou que na próxima reunião do Copom já se poderá discutir a manutenção da taxa de juros.

Fonte: UOL

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