Instituições se articulam para a construção do geoportal do café

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O georeferenciamento do parque cafeeiro de Minas Gerais é uma demanda antiga. Sem o conhecimento do parque cafeeiro, torna-se difícil a construção de uma metodologia unificada de estimativa de safra. Neste sentido, reunião realizada na semana passada, na sede do Polo de Excelência do Café (PEC/Café), em Lavras, MG, promoveu a articulação entre representantes do Instituto de Geociências Aplicadas de Minas Gerais (IGA), Universidade Federal de Lavras (Ufla), Embrapa Café, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), com o objetivo de elaborarem um amplo projeto para a construção de um portal de dados cartográficos sobre a cafeicultura em Minas Gerais.

O projeto, que será encaminhado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais (SECTES), vai representar um grande salto rumo à cafeicultura do futuro. Além do georeferenciamento de todas as regiões cafeeiras, será proposta a criação de um protocolo com informações detalhadas sobre a microregião da Mantiqueira, englobando 22 municípios do entorno de Carmo de Minas, aonde já vem sendo realizado projeto para o reconhecimento de Indicação Geográfica na modalidade de Denominação de Origem. O aprofundamento das informações nesta região servirá de modelo para aplicação em todo o Estado de MG.

Na reunião, Cláudia Lúcia Leal Werneck, diretora geral do IGA, salientou o desafio de construir e manter um banco de informações cartográficas e de georeferenciamento, como norteador de um sistema que apóie as tomadas de decisões do setor, bem como para políticas públicas do Estado. Ela destacou a recente aquisição do IGA de um mecanismo visualizador disponível no Google Earth, que possibilitará o rápido acesso às informações compiladas e atualizadas em tempo real.

Hoje o Instituto realiza o mapeamento da área metropolitana de Belo Horizonte que engloba 55 municípios, em 800 cartas que serão disponibilizadas em ambiente virtual, em escala 1 para 10 mil. As informações cartográficas do Estado já seguem ao Decreto Federal de Infra-Estrutura Nacional de Dados Espaciais, que representa a mais moderna documentação de sistemas espaciais. Segundo Werneck, o IGA se propõe a duas ações fundamentais em sinergia com as demais instituições que irão compor o projeto: disponibilizar informações cartográficas de qualidade e oferecer um sistema para congregar as informações relevantes para construção de um geoportal temático do café.

Para a pesquisadora da Embrapa Café, Helena Maria Ramos Alves, da equipe do Laboratório de Geoprocessamento da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) – GeoSolos, a somatória de esforços de todas as instituições que já trabalham com o georeferenciamento, sobretudo com a participação do IGA, favorecerá a transposição do principal entrave para o completo mapeamento da área cafeeira no Estado. A equipe do Geosolos já realiza o mapeamento de uso e ocupação do solo para a cafeicultura desde 2000, com a construção de um banco de dados para o Sul de Minas.

Esta integração também é ressaltada pelo professor da Ufla, Flávio Meira Borém, especialista em pós-colheita e qualidade do café. Para ele, o georeferenciamento possibilitará ainda a identificação de potencialidades regionais para atender à demanda crescente por cafés de qualidade superior, com agregação de informações que poderão diferenciar o café mineiro no mercado internacional. Nesta mesma linha de pesquisa, o professor Borém vai apresentar à SECTES um projeto para criação de um guia anual de qualidade do café em Minas Gerais. “A diferenciação de sabores e a valoração do café mineiro é uma das principais metas do Polo de Excelência do Café”, enfatiza o gerente executivo Edinaldo José Abrahão.

Fonte: Embrapa

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