Instabilidade marca mercado de café

Imprimir

O mercado internacional de café teve ampla volatilidade nos preços em março diante de fatores que levaram fundos e especuladores a atuar ora com muita força na ponta compradora e ora com intensidade vendedora. As condições climáticas para a safra brasileira, os números para a produção nacional e as oscilações do dólar contra o real mexeram demais com as cotações nas bolsas de futuros e isso se refletiu no mercado nacional.

Na Bolsa de Nova York (ICE Futures) para o arábica, que baliza a comercialização global, a abertura do mês foi sob pressão com as indicações de chuvas benéficas nos cafezais brasileiros, atenuando os temores em torno da quebra da safra de 2015, e já também vislumbrando melhores condições para 2016. Em meio a isso apareceram números altistas também para a produção, colocando a safra brasileira em patamares considerados baixos (como a FCStone que indicou a safra em 44 – 45,5 milhões de sacas) e também informações um pouco mais para o lado baixista, como a de exportadores do país estimando uma produção de até 50 milhões de sacas.

Afora a volatilidade causada pelas indicações de clima e de safra no Brasil, ainda houve a questão cambial. O dólar primeiro subiu acentuadamente em março, trazendo pressão negativa sobre os preços do arábica em Nova York e do robusta em Londres. Quanto mais alto o dólar contra o real, mais há o sentimento de que o Brasil pode ter mais exportações, em bom fluxo, pela vantagem cambial. Por outro lado, depois ao longo do mês o dólar se acomodou em patamares mais baixos, causando então pressão de alta em NY e Londres por conta da queda da moeda americana.

Para se ter uma ideia da volatilidade, a mínima do mês no contrato maio em Nova York até esta quinta-feira passada foi de 128,75 centavos de dólar por libra-peso atingida em 13 de março. Quatro sessões depois NY teve a máxima do mês, de 146,75 centavos de dólar por libra, em 19 de março. Neste momento, NY parece buscar uma acomodação, como destaca o analista de Safras & Mercado Gil Barabach.

Balanço – No balanço mensal em Nova York o contrato maio do arábica fechou a quinta-feira a 140,25 centavos de dólar por libra-peso, praticamente o mesmo preço do fim de fevereiro (140,50 cents). Ou seja, depois de tanto cair e tanto recuperar, o balanço mensal ficou no "zero-a-zero".

O robusta teve um balanço negativo. Londres fechou fevereiro com o contrato maio a US$ 1.907 a tonelada, e terminou a quinta-feira passada a US$ 1.816 a tonelada, queda de 4,8% no balanço.

Se em Nova York o dólar em alta no Brasil causou baixas nas cotações do café, internamente a moeda americana subindo deu sustentação aos preços do grão em reais. No balanço do mês, o dólar comercial acumulou até quinta-feira passada valorização de 11,7%.

Assim, no mercado físico brasileiro, o preço do café arábica bebida boa subiu no balanço mensal, apoiado no dólar. No Sul de Minas Gerais, esse café passou de R$ 450 para R$ 480 a saca, alta de 6,7%. O conilon tipo 7 em Vitória (ES), subiu de R$ 285 para R$ 300 a saca, valorização de 5,3%.

Fonte: Diário do Comércio

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *