Indústrias não conseguem comprar café conilon em leilão privado

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As indústrias de café solúvel e torrefadoras de café não conseguiram adquirir café conilon no leilão privado utilizando o Sistema Eletrônico de Comercialização (SEC) da Conab realizado nessa quarta-feira (22/3). A tentativa das indústrias, que enfrentam escassez de oferta de conilon no mercado, era adquirir 213,5 mil sacas de café necessárias para a produção de seus blends.

Foram oito editais de compra de café conilon pelo SEC, com previsão de entrega do produto em armazéns da Conab no Espírito Santo. Dois dos editais foram cancelados e nos outros seis não houve interesse de venda por parte de produtores.

Aguinaldo José de Lima, diretor de relações institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), disse que o desinteresse de venda por parte dos produtores pode estar relacionado ao preço. “Num ambiente de escassez, o produtor vai querer o melhor preço possível”, disse. Por outro lado, o preço que o produtor quer pelo seu café conilon pode estar acima da capacidade de pagamento da indústria, acrescentou.

No primeiro dos editais, o preço mínimo ofertado pelas indústrias foi de R$ 417 por saca de café. O valor máximo, segundo a Conab, chegou a R$ 472,00 por saca, mas ainda assim não houve produtor interessado em vender.

Segundo Lima, tentaram comprar no leilão quatro empresas de café solúvel e 12 indústrias de café torrado e moído.
Embora não tenham conseguido comprar café conilon neste primeiro leilão, as indústrias pretendem manter os pregões utilizando o sistema eletrônico da Conab, com negociações pelo menos uma vez por mês, de acordo com Lima. “É um a opção para o produtor vender diretamente à indústria”, disse.

O sistema da Conab foi disponibilizado após pedido da indústria torrefadora (Abic) e de solúvel (Abics), numa tentativa de reduzir a escassez de oferta. A indústria também solicitou a importação de café robusta do Vietnã, mas o processo de importação de produto foi suspenso pelo governo.

Fonte: Valor Econômico (Por Alda do Amaral Rocha)

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