Governo pretende financiar estocagem de 10,9 mi de sacas de café

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O governo federal pretende financiar a estocagem de 10,9 milhões de sacas de café por parte dos cafeicultores na safra 2012/13, para evitar que a pressão da oferta derrube os preços após a entrada no mercado do fruto que começa a ser colhido em meados de maio. O cálculo leva em conta o financiamento de 80% da cotação de mercado do café, que resultaria num valor hipotético de R$ 320/saca.

O diretor do Departamento de Café (Decaf), do Ministério da Agricultura, Edilson Alcântara, explicou que os recursos virão do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) e da exigibilidade de aplicação no crédito rural de parte dos depósitos à vista nos bancos (MRC-62). Por enquanto, estão assegurados R$ 900 milhões do Funcafé, que foram aprovados na quinta-feira pelo Monetário Nacional (CMN). O montante é suficiente para financiar a estocagem de 2,8 milhões de sacas de café.

Para atingir a meta de estocagem, o governo deve lançar mão de mais R$ 600 milhões do Funcafé, o que possibilitaria financiar a retenção pelos cafeicultores de 1,875 milhão de sacas. Assim, o Funcafé faria aporte total de R$ 1,5 bilhão e financiaria a estocagem de 4,688 milhões de sacas. A maior parte dos recursos viria das aplicações da exigibilidade bancária, que atingiria R$ 2 bilhões, o suficiente para estocar mais 6,25 milhões de sacas.

Alcântara esclareceu que a atuação do governo é importante para evitar uma queda expressiva nos preços, que vêm sendo pressionados pela expectativa da colheita de uma grande safra no Brasil, estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 50 milhões de sacas. O dirigente diz que, mesmo com colheita de uma "safra cheia", as perspectivas são otimistas para o cafeicultores brasileiros, pois outros países produtores, como a Colômbia, ainda enfrentam problemas e, por isso, os estoques mundiais continuam apertados.

O diretor do Decaf afirmou que o governo optou por financiar a estocagem em vez de recorrer aos leilões de opção de venda por causa do preço mínimo do café, que é de R$ 269/saca, valor bem abaixo dos praticados atualmente no mercado. Os bancos ao conceder os financiamentos levarão em conta os preços efetivos no mercado. A taxa de juros das operações é de 6,75% ao ano com 12 meses para pagamento, podendo ser antecipado no caso de o produtor optar por vender o café antes do vencimento.

Fonte: Agência Estado

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