Governo altera algumas normas para operações do Funcafé

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O governo federal, neste ano, adiantou os repasses de recursos aos agentes, reduziu os juros e realizou outras alterações para as operações do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) na safra 2020, que passam a valer aos contratos firmados a partir de 1° de julho.

As mudanças mais recentes constam na Resolução n° 4.824, que, entre outras medidas, atendeu a uma demanda do Conselho Nacional do Café (CNC) para que tenham mais informações disponíveis sobre as liberações do capital do Fundo.

A partir de julho, as instituições financeiras deverão informar ao gestor do Funcafé os mutuários finais beneficiados pelas cooperativas de produção ou que exerçam atividades de beneficiamento, torrefação ou exportação. Isso dará mais transparência para que saibamos o real atendimento desse importante capital em nossas bases.

Também houve alteração nas operações de Comercialização do Fundo, cujo teto financeiro agora passa a ser calculado por cooperado ativo. O limite na operação dessa linha de financiamento foi mantido em R$ 30 milhões para cooperativas de produção, respeitado o limite individual de R$ 500 mil por associado ativo e não mais apenas por associado.

Foram feitas, ainda, mudanças no reembolso da linha de Custeio do Funcafé. Excluíram-se as datas limites de 30 de novembro e 30 de dezembro por Estados e, agora, o prazo é de até 60 dias após o término da colheita, respeitado o limite de 14 meses.

Para a linha de Capital de Giro, a mudança ocorreu nos prazos de reembolso. A partir de julho, os pagamentos não precisam ser mais em quatro parcelas semestrais. Eles poderão ser feitos em parcelas iguais, mas com periodicidade anual, semestral ou quadrimestral, com incidência de juros proporcionais à parcela principal paga.

As alterações que ocorrerão nas operações com recursos do Funcafé, a partir de 1° de julho, estão no paper preparado pelo CNC (CLIQUE AQUI).

REPASSE A AGENTES — De acordo com levantamento realizado pelo CNC, o governo federal repassou, nesta semana, mais R$ 1,155 bilhão do Funcafé para seis instituições financeiras operarem na safra 2020, nas linhas de Comercialização, Custeio, Financiamento para Aquisição de Café (FAC), Capital de Giro e Recuperação de Cafezais.

Com o atual envio do capital aos bancos China Construction, BTG Pactual, Bradesco e Bancoob e aos Sicoobs Coopacredi, de Patrocínio (MG), e Agrocredi, das regiões sudoeste de Minas e nordeste de São Paulo, os repasses do Funcafé na safra 2020 aos agentes totalizam R$ 2,650 bilhões.

MERCADO — Os contratos futuros do café encerram a semana com leve queda no mercado internacional, à medida que a recuperação do dólar, o avanço da colheita no Brasil e a preocupação com o consumo, devido à pandemia do novo coronavírus, exerceram pressão.

Na Bolsa de NY, o vencimento set/20 fechou a quinta-feira a US$ 0,958 por libra-peso, caindo 10 pontos no balanço semanal. Na ICE Europe, o vencimento set/20 recuou US$ 21, cotado a US$ 1.154 por tonelada.

O dólar comercial se recuperou das quedas ocorridas na segunda e na terça-feira e finalizou a semana com valorização de 0,2%. Segundo analistas, o mercado cambial foi volátil devido a indicadores mistos da atividade econômica dos Estados Unidos, ao passo que aumentam novos casos de Covid-19 no país. Ontem, a divisa encerrou a R$ 5,3278.

Em relação ao clima, o frio retorna ao cinturão cafeeiro do Brasil, porém sem risco de geadas. Segundo a Somar Meteorologia, uma frente fria chega no fim de semana e provoca chuvas sem grandes acumulados na Região Sudeste.

Na sequência, a massa de ar polar deve derrubar as temperaturas, mas não o suficiente para provocar geadas nos cafeeiros. O serviço meteorológico prevê que as mínimas devem variar entre 9°C e 15°C em São Paulo e Minas Gerais nos próximos 15 dias.

No mercado físico, os preços apresentaram volatilidade ao longo da semana, mas permaneceram praticamente estáveis em relação à sexta-feira passada. Nas altas, produtores foram ao mercado e fecharam alguns negócios.

Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a liquidez só não foi maior porque muitos agentes estavam voltados às entregas já programadas.

Os indicadores calculados pela instituição para as variedades arábica e conilon se situaram em R$ 477,89/saca e R$ 338,74/saca, apresentando variações de -0,2% e 0,2%, respectivamente.

Fonte: Ascom CNC