Gigantes do mercado acordam para o movimento de cafés especiais

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O mercado de café, como qualquer outro, tem empresas de todos os tamanhos, desde microempresas como torrefações e pequenas cafeterias, até indústrias gigantescas e grandes redes. O seu revigoramento aconteceu com o movimento dos cafés especiais, surgido na costa oeste dos Estados Unidos com o surgimento de cafeterias e micro torrefações descoladas com seus jovens empreendedores.

Essa vertente, no início dos anos 2000, era uma simples resposta atrevida à sisudez das grandes torrefações e redes de cafeterias que praticamente haviam parado no tempo, servindo cafés sem qualquer emoção.

O amadurecimento desse novo mercado despertou atenção nas grandes corporações, que perceberam que seus concorrentes estavam deixando de ser de apenas de nicho. Como parte da estratégia de renovação, as gigantes começaram pela incorporação de redes de cafeterias e torrefações que se tornaram referência entre os coffee lovers de plantão, como o caso da Stumptown e Blue Bottle.

O primeiro movimento feito por uma grande empresa nesse novo mercado do café foi da gigante suíça Nestlé com sua divisão Nespresso, que inaugurou um novo modelo de serviço de café com suas cápsulas. Máquinas compactas e de elegante design, cafés de diferentes países em suas coleções e um embaixador hollywoodiano para cativar plateias, o amigo George.

Foi um impacto tão grande que logo, quando algumas de suas patentes caíram, uma enxurrada de marcas com suas cápsulas compatíveis surgiu mundo afora. Para o consumidor comum teve um aspecto fortemente didático, pois permitiu que fosse possível realizar uma viagem ao redor do mundo por meio de xícaras de cafés.

Mercado brasileiro
O mercado brasileiro também está experimentando uma verdadeira onda de lançamentos e novidades de seus gigantes.

Buscando novo posicionamento, a 3 Corações lançou uma linha para entrar no mercado de cafés mais sofisticados, até o momento dominado pelas pequenas torrefações artesanais. A linha Rituais, que mereceu generoso investimento para, inclusive, construir sua própria indústria, tem cafés das mais importantes origens produtoras brasileiras com aval da Associação Brasileira de Cafés Especiais/BSCA quanto às matérias primas. Pela primeira vez, embalagens de uma grande torrefação vem com uma tira de metal flexível para fechamento como é comum nas marcas artesanais.

Linha Rituais da 3 Corações e Plus Café Espresso, da Coca-Cola. FOTO: Ensei Neto/Arquivo Pessoal

Por outro lado, a Coca-Cola lançou seu tradicional refrigerante com mais cafeína, recebendo o nome de Plus Café Espresso, que acabou gerando uma dúvida cruel: seria uma Coca Cola com gosto de café ou um café com gosto de Coca Cola? É uma proposta interessante porque vai na contra mão do mercado, que vem lançando sistemas e produtos com menor quantidade de cafeína justamente para que o consumo da bebida seja maior.

Completando a roda de novidades, a germânica Melitta lançou seu e-commerce, parte de uma estratégia mundial. Com uma proposta ousada para uma empresa desse porte, permite que você elabore seu próprio blend através de um divertido sistema que faz combinação dos atributos acidez, doçura e mineralidade. Para preparar e apreciar esses múltiplos blends, uma linha de utensílios de belo design como jarras de vidro, chaleiras e inesperados porta filtros com dois furos (sim, para compartilhar o mesmo café filtrado para duas xícaras!) chamados de N2.

Gigantes quando caminham estremecem o chão. De certo, em breve os pequenos devem vir com suas novidades também!

Isso é ótimo, pois o mercado de café se fortalece com toda essa diversidade!

Fonte: Estadão – Coluna Paladar (Por Ensei Neto)

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