Gente e Negócios: Montesanto Tavares aposta no produtor

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Rodrigo Montesanto: Paixão por café motivou surgimento de exportadora do produto (Foto: Amanda Salomão/divulgação)
Rodrigo Montesanto: Paixão por café motivou surgimento de exportadora do produto (Foto: Amanda Salomão/divulgação)

Logo no início da conversa, fica nítido o entusiasmo de Rodrigo Montesanto quando fala sobre a cadeia produtiva do café. Com 47 anos, o sócio-fundador do Grupo Montesanto Tavares, se surpreendeu com a cafeicultura no fim da década de 80, quando mudou para Manhumirim, na Zona da Mata mineira.

“Em 1988, eu estava querendo ter alguma profissão, mas não estava preocupado em estudar. Eu tive a possibilidade de ir para a cidade dos meus avós e fiquei surpreso em como a cafeicultura movimentava a região”, explicou o executivo. “Ainda mais que vim de Ponte Nova, onde a cana é muito forte”, completou.

Montesanto, que hoje divide seu tempo entre Belo Horizonte e a Zona da Mata, conta que entrou nesse negócio por meio de um convite da família Tavares, que, na época, controlava o Café 3 Corações. “O Ricardo Tavares perguntou se eu não queria mexer com café. Topei e encontrei um universo inimaginável. O café foi uma paixão à primeira vista”, afirmou.

Depois de passar por todos os setores e aprender os processos, o 3 Corações foi vendido em 2000 e Montesanto, em sociedade com Tavares, fundou a Atlantica Coffee, do Grupo Montesanto Tavares. “Nessa época, fui premiado e virei sócio da empresa. Somos uma empresa 100% nacional e mineira, com muito orgulho. Nosso negócio é comprar café, fazer o seu rebenefício e exportá-lo pro mundo todo. Além de sermos empresa exportadora, temos uma empresa, nos EUA, importadora de grão cru, com escritórios na Flórida, Los Angeles e Carolina do Sul”, contou.

Expansão

Neste ano, a Atlantica Coffee iniciou um plano de expansão no qual prevê abrir 15 escritórios nos próximos cinco anos. O primeiro foi em Piumhi. Essa estratégia surgiu pela observação, desde 2016, de que o mercado brasileiro passaria por uma mudança, com o crescimento da concorrência externa. “Muitas empresas estão vindo atrás das nossas commodities. Como somos 100% nacionais e muito enraizados no interior, contemplamos essa proximidade com o produtor”, explica Montesanto.

“Historicamente, na cadeia do café, quem mais precisa ser assistido é o produtor. Ele sofre com a volatilidade climática e do preço, e é muito abandonado no Brasil. Não tem o apoio que merece e precisa. Essa proximidade tem sido muito benéfica para ambos os lados. Conseguimos pagar um melhor preço, fidelizar o produtor e trabalhar para maior rentabilidade da lavoura”, conta o empresário, destacando que o projeto vai além da parceria comercial e contempla também uma assistência agronômica.

Sobre a concorrência de outros países produtores, Rodrigo Montesanto exalta o café nacional, que, de acordo com ele, tem evoluído muito nos últimos anos, com melhoras no manejo, por exemplo.

“O Brasil, com criatividade, tem conseguido superar outras origens em qualidade. Somos o único país capaz de atender a demanda global. A cafeicultura está tendo uma transformação muito bacana. Está muito eficaz e estamos orgulhos de fazer parte disso”, finaliza.

Fonte: Hoje Em Dia (Por Felipe Boutros)

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