Fundos continuam comprando e café volta a ter boas altas na ICE

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Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram a quinta-feira com ganhos consideráveis, deixado para trás o dia ruim aferido na última quarta.

O mercado consolidou, ainda mais, o cenário extremamente favorável vivido por essa commodity ao longo das últimas semanas. Os contratos não conseguiram atingir na sessão seu nível mais alto em mais de 13 anos, no entanto, o mercado mantém um cenário positivo e alguns players trabalham com projeções mais itensas, com altas que poderiam testar patamares como 300,00 centavos de dólares por libra.

Compras fortes de especuladores e de fundos, principalmente na segunda metade da sessão, foram observads. Os ganhos ocorreram na véspera da última sessão da semana, já que nesta sexta-feira não serão verificados negócios nesta sexta, devido ao feriado.

No encerramento do dia, o março em Nova Iorque registrou alta de 570 pontos, com a libra a 235,90 centavos, sendo a máxima em 237,65 e a mínima em 229,35 centavos por libra, com o maio tendo oscilação positiva de 565 pontos, com a libra a 237,25 centavos, sendo a máxima em 238,85 e a mínima em 231,00 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro teve queda de 4 dólares, com 1.984 dólares por tonelada, ao passo que o março registrou desvalorização de 1 dólar, com 2.011 dólares por tonelada.

Analistas internacionais ressaltaram que, o mercado continua atrelado a fatores técnicos, assim como aos sentimentos do mercado de que a oferta do produto continua extremamente limitada, ao passo que a demanda mantém seu ritmo de crescimento. A pequena disponibilidade de grãos arábica de alta qualidade está fazendo com que "o mercado entre em estado de grande preocupação com o balanço entre oferta e demanda", apontou a Organização Internacional do Café. "Os fundos continuam no lado comprador. As vendas recentes foram basicamente de especuladores, já qe os fundos só atuam na compra. Enquanto eles estiverem lá, o mercado continuará dessa forma tão favorável", disse Rodrigo Costa, vice-presidente de vendas institucionais da Newedge USA LLC, em Nova Iorque.

O mercado continua focado na Colômbia, quarto maior produtor mundial e maior fornecedor de cafés suaves. O país sofre com uma temporada longuíssima de chuvas, que afetaram as lavouras, danificaram estradas, aumentaram a incidência de fungos nas plantações de café e fizeram com que os produtores locais fossem obrigados a atrasar embarques do grão. As chuvas intensas são resultado da ação do fenômeno climático "La Niña".

A alta do dia foi provocada, particularmente, "pelas preocupações persistentes sobre o volume e a qualidade dos grãos procedentes da América Central e da Colômbia", estimaram Kona Haque e Alex Box, analistas do Macquarie Bank. Segundo eles, essa elevação nas cotações "repercutirá nos consumidores a partir de 2011 e poderá resultar numa diminuição da alta da demanda de café", disse.

Enquanto a Colômbia sofre com pouca disponibilidade, a ICE Futures US aprovou, ainda que para 2013, a aceitação de cafés lavados do Brasil para fazer parte de seu contrato de referência, o "C". Assim, o Brasil se une a outros 19 países cuja produção é negociável na bolsa. "O Brasil conseguiu o que queria depois de anos solicitando. Porém, a Colômbia está protestando, numa alegação de que poderá haver uma deterioração da qualidade dos estoques, o que poderia resultar em uma incerteza sobre os preços", indicaram analistas do Commerzbank, na análise semanal divulgada nesta sexta-feira. "O mercado externo não influenciou. O dólar continuou com total estabilidade e as bolsas nos Estados Unidos se mostraram morosas. Continuamos a verificar a continuidade da força do café, que, mesmo após as quedas da sessão passada, conseguiu se sustentar e reverter o quadro, voltando a ficar em patamares bastante positivos de preço", disse um trader.

As exportações de café do Brasil em dezembro, até o dia 23, somaram 1.999.457 sacas, contra 1.850.309 sacas registradas no mesmo período de outubro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 930 sacas, indo para 1.712.373 sacas.

O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 9.279 lotes, com as opções tendo 2.285 calls e 2.426 puts. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem uma resistência em 237,65, 238,00, 238,40-238,50, 239,00, 239,50, 240,00, 240,50, 241,00 e 241,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 229,35, 229,00, 228,50, 228,10-228,00, 227,50, 227,00, 226,50 e 226,00 centavos por libra.

Fonte: AgnoCafe

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