Fontelles minimiza divergência em estimativas para safra de café

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O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Gerardo Fontelles, minimizou a polêmica envolvendo as previsões divergentes do setor privado e do governo sobre a produção de café no Brasil. Ao citar que 97% da atual safra já foi colhida e com a lembrança de que é preciso esperar mais alguns meses para verificar o real efeito da estiagem sobre a nova safra, Fontelles nega que haja grande diferença entre as perspectivas para a produção cafeeira no Brasil. Ele reconhece, porém, que o período de chuvas para a próxima safra está atrasado.

Durante o 4º Fórum Consultivo sobre Financiamento do Setor Cafeeiro, realizado na capital britânica pela Organização Internacional do Café (OIC), o secretário-executivo da Agricultura citou que os números mais recentes para a atual safra mostram diferença, mas não muito expressiva. "A estimativa oficial do governo é de cerca de 45 milhões de sacas contra 43 milhões de sacas da entidade do setor, a Fundação Procafé. Não é uma divergência tão grande e os números dependem muito da metodologia", disse Fontelles ao Broadcast.

Sobre a atual safra, o secretário comentou ainda que a colheita está quase concluída, o que reduz o espaço para grandes diferenças de avaliação. "A atual safra já está dada. Só faltam 3% para ser colhidos".

Próxima safra – O secretário disse que é cedo para estimar o impacto da estiagem na próxima safra. Ele reconhece que houve menor índice pluviométrico em regiões importantes como Minas Gerais e São Paulo, mas ainda seria cedo para avaliar o possível impacto. Fontelles explicou que as projeções para a produção de café dependem de dois aspectos estruturais relacionados à produção: área plantada e clima. Sobre o primeiro item, houve pouca variação e o secretário citou apenas a redução de algumas áreas plantadas no Paraná.

O segundo aspecto, porém, tem mostrado problemas com a estiagem verificada no Centro-Sul do País. "Deixa passar o período da chuva para vermos. É preciso esperar chover para ver como será a floração", disse. "Já deveria estar chovendo, mas temos de ver o que vai acontecer de agora para frente. Assim que começar a chover, vai começar a floração e poderemos fazer uma previsão mais acurada", disse.

Fontelles defende que estimativas mais precisas sobre a nova safra poderão ser feitas entre dezembro de 2014 e janeiro de 2015 – quando o período de chuvas já vai estar mais avançado e o impacto da estiagem ficará mais evidente. Há, ainda, um fator conjuntural, que é a bianualidade na produtividade das lavouras de café, disse o secretário-executivo.

Fonte: Agência Estado (Fernando Nakagawa)

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