FOLHA TÉCNICA: É preciso mais atenção à simbiose de microrrizas com o cafeeiro

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A simbiose, que se estabelece entre fungos micorrizicos, que colonizam as raizes, e o cafeeiro, é um processo importante, para melhorar a nutrição e ativar características fisiológicas das plantas de café, influindo no seu crescimento e produtividade. No entanto, poucos sabem e prestam atenção nisso.

O cafeeiro é considerado uma planta micotrófica, significando que é dependente da asociação com micro-organismos, como os fungos micorrízicos arbusculares (FMAs). Eles são habitantes comuns no solo e formam associações com as raízes das plantas de café , estas fornecendo substrato energético ao fungo, o qual, com sua estrutura de hifas externas, capta nutrientes da solução do solo e os transfere ao cafeeiro. (ver figura 1)

Espécies de micorrizas, em grande numero, já foram identificadas na rizosfera do cafeeiro, um total de 45 espécies de FMAs, sendo 12 do gênero Acaulospora, 17 de Glomus, 6 de Scutellospora, 4 de Gigaspora, 4 de Sclerocystis e 2 de Entrophospora.

Dois pontos importantes devem ser cosiderados com relação à simbiose cafeeiro/micorrizas. O primeiro diz respeito à fase jóvem do cafeeiro, para a qual a pesquisa definiu que mudas inoculadas, no viveiro ou no transplante ao campo, tem seu crescimento melhorado pela simbiose, com base na maior absorção do fósforo, nutriente essencial na fase de formação das plantas de café. As duas tabelas aqui incluidas evidenciam esses bons resultados, verificando-se, através deles, que as plantas micorrizadas tem diversas atividades fisiológicas aumentadas, possuem teores maiores de fósforo nas folhas e tem maior crescimento.

O fósforo é um dos nutrientes essenciais ao desenvolvimento inicial das plantas, sendo importante na fotossíntese, respiração, metabolismo de açúcares e divisão celular. As micorrizas podem influir na taxa fotossintética líquida, taxa de transpiração, eficiência do uso da água e condutância estomática, promovendo benefícios no crescimento do cafeeiro recém-plantado. (tabelas 1 e 2).

Já, na fase adulta, foi observado, pela pesquisa, que as micorrizas de espécies selecionadas, inoculadas inicialmente, não se mantém por longo período. Porém, elas são substituidas por micorrizas selvagens, que vão colonizando, naturalmente, o cafeeiro. Esse acumulo de micorrizas ajuda a explcar a menor resposta a fertilizantes fosfatados em lavouras adultas.

Fonte: Fundação Procafé (Por J.B. Matiello – Eng Agr Fundação Procafé)