FIRMEZA DO SPREAD PODE AJUDAR RECUPERAÇÃO

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (sigla OECD em inglês), revisou para baixo sua expectativa de crescimento mundial. Segundo a entidade em 2013 o crescimento global será de 2.7% e em 2014 de 3.6%, dados que anteriormente estavam em 3.1% e 4.0% respectivamente.

O Brasil deve crescer 2.2% em 2014, menos do que os 3.5% antes estimados.

As principais bolsas de ações tiveram performance positiva na semana, e entre as commodities as relacionadas a energia e os grãos ajudaram os índices a ficarem mais firmes.

O mercado de café aqui em Nova Iorque tentou por algumas vezes romper os US$ 112.00 centavos por libra, nível que daria um impulso para buscar “stops” na média-móvel de 50 dias (114 centavos).

Entretanto as tentativas frustradas levaram os especuladores de curto-prazo a devolver os ganhos na sexta-feira, provocando forte baixa e fazendo com que a semana fechasse com perdas de US$ 2.12 por saca.

Londres também tomou um tombo no mesmo dia, mas mesmo assim encerrou com ganhos de US$ 3.90 por saca nos últimos cinco dias.

Os spreads para os dois mercados sinalizam que o gás pode não ter acabado, ainda que a firmeza seja maior na LIFFE do que na ICE.
O Departamento de Agricultura Americano divulgou novos relatórios estatísticos de origens nesta semana, desta vez incluindo Colômbia e Índia.

O órgão aponta que a produção colombiana na safra 13/14 será de 10.9 milhões de sacas, 1 milhão a mais do que no ano anterior. O país deve seguir recuperando terreno no mercado mundial depois da renovação do parque cafeeiro, que hoje conta com 55% de suas árvores sendo de variedade resistente à ferrugem. A produtividade ainda é baixa, 10 sacas por hectare, reflexo da sua realidade que tem 95% dos produtores cultivando café em áreas de no máximo 5 hectares (respondendo por 69% da produção total).

Para a Índia a expectativa é de uma safra de 5.1 milhões de sacas, um pouco menos das 5.3 milhões de 2012/2013. O ciclo no país é de baixa para o robusta, que responde por 70% da produção, e de alta para o arábica. A produtividade por lá é de 13.78 sacas por hectare, reforçando o que sempre comento que o Brasil é exceção no critério produtividade frente à praticamente todos os outros produtores mundiais.

Falando em Brasil, foi confirmada a prorrogação da dívida dos produtores em 120 dias, para 20% do que devem, e o saldo terá sua primeira parcela apenas em 2015. O ministro da Agricultura diz que tem autonomia para implementar outras medidas caso o mercado não responda positivamente – ou seja o PEPRO deve ser o próximo “remédio”.

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O mercado físico na semana foi mais calmo, e a proximidade das festas de final de ano deve manter a atividade morna até 2014.

O terminal também não deve trazer tantas surpresas, ficando provavelmente dentro do intervalo entre US$ 100 e US$ 120 centavos por algum tempo.

Uma boa semana e muito bons negócios a todos.

* Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

Fonte: Archer Consulting

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