Fevereiro: café acumula novas altas e fundamentos seguem inalterados

Imprimir

O cenário do mercado de café não tem se alterado muito desde o início do ano. A oferta mundial ainda continua restrita, principais países produtores têm enfrentado alguns problemas com clima que devem impedir o aumento de produção para 2011 e demanda continua aquecida.

Por isso, no mês de fevereiro o mercado seguiu firme e as cotações com tendência altista.

Na última semana do mês as cotações registraram quedas consecutivas, devido principalmente a realizações de lucros nos mercados futuros. Mesmo com as quedas o acumulado do mês fechou com valorização.

O indicador Cepea/Esalq do arábica foi cotado a R$ 523,80/saca na segunda-feira (28), com valorização de R$ 62,89/saca (+13,64%) no mês de fevereiro. Em relação a fevereiro de 2010 a valorização é de 89,29%, quando a saca valia R$ 276,72.

Mesmo com o arábica ultrapassando os R$ 500,00 a saca, os vendedores não estão conseguindo aproveitar tais preços. Primeiro em função da não disponibilidade de produto na mão dos produtores visto que a safra já foi comercializada em sua maioria, e segundo pois há ainda alguns produtores com pequenos lotes de cafés disponíveis, porém estão na expectativa de aumento ainda maior nos preços pagos por essas sacas.

Enquanto isso, a alta dos preços tem tirado o interesse dos compradores. Os compradores que não tem prazos a cumprir estão aguardando a queda dos preços.

Para o café conilon a alta foi menos consistente. O indicador Cepea/Esalq registrou alta de R$ 0,15/saca no mês, fechando a R$ 213,74/saca, nesta segunda-feira (28). Em relação ao último dia útil de fevereiro de 2010 a valorização é de 24,01%, quando a saca valia R$ 172,36.

A alta já começou a ser repassada ao varejo. A Sara Lee reajustou em 15% o preço do café Pilão, enquanto Starbucks também já repassou as altas. Enquanto isso, o Café do Centro afirma que encontra dificuldades para repassar as altas, mas acredita que os clientes entendem a situação do mercado.

Gráfico 1. Indicador Cepea/Esalq – arábica, posto São Paulo

Tabela 1. Indicador Cepea/Esalq e câmbio

Enquanto o café se valoriza as lavouras brasileiras estão em fase de enchimento de grão, uma das fases decisivas para o sucesso ou não da safra 2011 que deve começar a ser colhida em meados de maio.

Nesta fase, os grãos demandam e acumulam grande quantidade de água e nutrientes. Porém, como o mês de janeiro e fevereiro foram menos chuvosos que o normal e a temperatura está elevada não há reservas no solo suficientes para suprir os grãos com a quantidade de água necessária e muitas lavouras já foram prejudicadas.

Produtores de Minas Gerias, Espírito Santo e São Paulo estão preocupados com o veranico prolongado que pode gerar grãos chochos aos montes, mal granados, com baixo teores de açucares. Com isso a qualidade da safra será comprometida.

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado de café, informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

Em janeiro as cotações do café arábica na bolsa de Nova York acumularam alta, mostrando firmeza diante dos fundamentos de mercado que seguem inalterados. Mesmo com as três fortes quedas consecutivas nessa última semana do mês, o acumulado foi positivo devido ao cenário de oferta muito restrita, sem perspectiva de grandes produções que elevem essa oferta dando fôlego ao mercado, e demanda aquecida.

O vencimento maio/11 teve variação positiva de 20,45 centavos de dólar por libra-peso no mês, equivalente a 8,14%, encerrando o dia 28 cotado a 271,7 centavos de dólar por libra-peso (US$ 359,42/saca). Os contratos que vencem em julho/11 acumularam valorização de 21,40 centavos de dólar por libra-peso (US$ 361,93/saca), fechando a 273,6 centavos de dólar por libra-peso.

Apesar das frequentes chuvas fora de época e de doenças causadas por fungos devido à umidade nas lavouras da Colômbia, o país projeta produção entre 9 milhões e 9,5 milhões de sacas de 60 quilos cada para 2011.

Nos Estados Unidos mais torradores reajustaram o preço para o café torrado e moído, e outros devem logo se juntar ao grupo.

Gráfico 2. Contrato café, ICE Futures U.S.

A BM&FBovespa acompanhou NY e acumulou altas também. O vencimento maio/11 registrou alta de US$ 24,25/saca (+7,33%), sendo cotado a US$ 355,00/saca. O contrato setembro/11, o de maior liquidez, fechou a US$ 341,9/saca, com valorização de US$ 31,85/saca (+10,27%).

Levantamento preliminar do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostra que os embarques de grãos verdes em fevereiro, até sexta-feira, alcançavam 1.973.284 sacas, representando alta de 12,9%, em relação ao observado no mesmo período do mês anterior.

Em janeiro passado foram embarcadas 2.724.044 sacas. Este mês, até sexta-feira, foram emitidos certificados de origem de 2.642.157 sacas, resultado 8,5% maior em comparação com o mesmo período do mês passado.

Gráfico 3. Contrato café, Indicador arábica (Cepea/Esalq) – BM&FBovespa, vencimento julho/11

Na bolsa de Londres (Liffe), as cotações da tonelada do café conilon também registraram valorizações no período analisado. O vencimento maio /11 terminou o dia 28 cotado a US$ 2.384/tonelada, com alta de 5,58%. O contrato julho/11 terminou a US$ 2.393/tonelada, registrando valorização acumulada de 5,42%.

Fonte: CafePoint

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *