Fertilizantes: Preços da Uréia devem ceder no mercado internacional com fim de sanções ao Irã

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Os preços da ureia, matéria-prima para produção de fertilizantes nitrogenados, estão recuando no mercado internacional após o anúncio, no último dia 16, do fim das sanções econômicas impostas ao Irã pelos Estados Unidos, União Europeia e Organização das Nações Unidas (ONU). “O anúncio já interferiu no mercado. Vimos uma pressão maior sobre os preços da ureia no mercado internacional”, disse Fábio Rezende, analista da FCStone ao Broadcast Agro. Para o Brasil, dependente da importação dos fertilizantes nitrogenados, a queda dos preços do insumo é uma boa notícia em um momento de forte valorização do dólar, ainda que para o produtor outros fatores também impactem no custo, como o frete, por exemplo.

Segundo o banco de investimentos Renaissance Capital (RenCap), o Irã tem grandes reservas de matéria-prima para a produção de fertilizantes à base de nitrogênio, como amônia e ureia, e figura entre os dez maiores exportadores destes ingredientes. O RenCap aponta também que o país tem a maior reserva de gás natural do mundo, o que favorece ainda mais a produção de fertilizantes, já que o gás natural é o fator de custo mais relevante na cadeia de produção.

De acordo com o analista da FCStone, a média das cotações da ureia no Mar Negro, região de referência para o setor, na última semana, ficou em US$ 210 por tonelada. Na semana anterior, logo após o anúncio do acordo, estava em US$ 223/tonelada. Antes da suspensão das sanções, a média verificada tinha sido de US$ 236/tonelada. “Outros fatores vêm pressionando as cotações, como a queda nos preços do petróleo e do gás natural. Mas o acordo também teu seu peso”, complementou Rezende.

O analista da Scot Consultoria Rafael Ribeiro pondera que ainda deve demorar um pouco para que os iranianos reconquistem mercados compradores destas matérias-primas. “É preciso observar para quais mercados eles vão oferecer seu produto. Eles precisarão recuperar mercados, porque há empresas consolidadas no setor que vão lutar para manter seu espaço”, analisou. Para Ribeiro, “os nitrogenados são o menor problema do Brasil”, mais dependente da importação de fosfatados e fertilizantes à base de potássio. “O Brasil tem alguns projetos de produção de ureia parados, mas há possibilidades de aumentar sua produção interna”, complementou.

Fonte: Estadão Conteúdo (Clarice Couto) via Café da Terra

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