Feira de máquinas aproxima cafeicultor de novas tecnologias em Guaxupé (MG)

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A constante busca por melhor eficiência, custos menores e maior produtividade vão estimular os negócios durante a 19ª edição da Feira de Máquinas, Implementos e Insumos Agrícolas (Femagri). O evento, que é promovido pela Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), é considerado um momento oportuno para que os produtores conheçam e invistam em tecnologias, máquinas, equipamentos e insumos voltados para a cultura do café. A feira será de 12 a 14 de fevereiro, em Guaxupé, no Sul de Minas Gerais.

De acordo com o gerente comercial de insumos da Cooxupé, José Geraldo Olyntho Junqueira Filho, a Femagri é promovida anualmente e tem o objetivo de permitir que o produtor se informe e conheça as tecnologias e novidades voltadas para o setor. Sem divulgar a projeção de faturamento a ser gerado, Junqueira explica que as expectativas em relação ao desempenho da feira são positivas.

“A expectativa é bastante grande em relação à feira. Independentemente do mercado do café, a Femagri é o momento em que o produtor busca conhecimento e estrutura para a propriedade. Mesmo que os preços do café não estejam favoráveis, é importante investir em formas de melhorar a gestão e reduzir os custos, ou seja, produzir mais com maior eficiência e a estrutura adequada”, disse.

Ainda conforme Junqueira, em função dos preços ainda baixos praticados no mercado, o produtor precisa fazer um planejamento criterioso na hora de investir para evitar prejuízos.

“O investimento precisa ser bem pensado e planejado. A feira é uma oportunidade, pois, a Cooxupé consegue negociar ofertas e condição especiais. Teremos financiamento com taxas reduzidas e prazos de pagamento que variam de 3 anos a 5 anos, dependendo do produto adquirido. Outra alternativa que será trabalhada é a opção do produtor trocar sacas de café por produtos”, explicou.

Ao todo, a feira será composta por 120 expositores, distribuídos em 148 estandes. O espaço coberto da feira é de 36 mil metros quadrados. No local, estarão reunidas empresas que trabalham com todo o aparato voltado para a produção de café, incluindo máquinas, implementos, defensivos, entre outros. São esperados um total de 33 mil visitantes nos três dias do evento.

Capacitação – Além da oportunidade de investir na modernização do sistema produtivo, os cafeicultores também poderão se capacitar. Na feira, foi montado um circuito composto por várias estações, onde serão apresentadas tecnologias e soluções para a atividade.

Entre as estações, destaque para a que tratará da movimentação de maior volume de fertilizantes com uso de máquinas e equipamentos, manejo de resíduos orgânicos, manejo de plantas e ervas daninhas e armazenamento e descarte correto de defensivos.

Também haverá uma estação onde os cafeicultores poderão conhecer cultivares de cafés. As plantas são de variedades resistentes a doenças, pragas e adaptadas a diferentes regiões produtoras. Outro assunto que será tratado é o manejo e controle da broca do café, praga que causa prejuízos relevantes na cultura.

Em um cenário de preços baixos, uma das estações abordará a importância da gestão, do controle dos custos e do aumento da produtividade para que o produtor tenha melhores resultados econômicos.

Cafés especiais – O estímulo à produção de cafés especiais também terá espaço na Femagri. Ao longo do evento, serão apresentados os programas de produção sustentável e de boas práticas, para que o produtor se adéque e possa ter uma produção especial. A vantagem é que o mercado consumidor, principalmente da Europa e do Japão, está em busca de cafés especiais e sustentáveis, que também possuem maior valor no mercado.

A estrutura do evento conta ainda com o Espaço Pecuária, que possui exposição de animais e estandes de empresas do setor, e os Espaços Kids e Beleza, que atenderão as famílias dos produtores.

PROGRAMA AMPLIA ACESSO A CULTIVO NO ESTADO

Cafeicultura Efigênia RosaEfigênia Rosa e o marido, José Rosa, trabalham na colheita do café, em Santa Margarida, na Zona da Mata mineira. Mas a vontade deles sempre foi de produzir e comercializar seu próprio café. Objetivo que está se tornando realidade, por meio do Plano Brasil Sem Miséria (BSM). Em julho deste ano, será feita a primeira colheita da propriedade deles.

O casal tem uma filha de 17 anos, que mora com eles. A família foi identificada em situação de vulnerabilidade social. Na pequena propriedade, eles cultivam milho, feijão e algumas hortaliças para o consumo próprio. No trabalho nas lavouras de café, Efigênia e José recebem R$ 15,00 por cada saca colhida.

No final de 2017, o casal implantou uma lavoura de café na propriedade. Foram mil mudas plantadas. “A primeira colheita será no meio do ano. Tudo correu bem até agora, pois recebemos orientações técnicas da Emater. A nossa expectativa é de que seja uma boa safra”, diz a produtora.

De acordo com a cafeicultora, os recursos do BSM foram fundamentais para começar a nova atividade. “Foi muito bom o programa. Eu sonhava muito em trabalhar na lavoura da gente”, diz. Efigênia e o marido ainda continuarão trabalhando em outras lavouras. Mas produzir o próprio café tem gerado boas perspectivas para o casal. Segundo Efigênia, eles esperam conseguir um bom preço no mercado.

Projetos no município – Trinta e um projetos foram implantados no município de Santa Margarida, por meio do BSM, entre 2016 e 2018. Os recursos foram investidos em atividades como cafeicultura, avicultura, pecuária, produção de quitandas e na compra de máquinas para a colheita do café.

“Para receber os recursos, as famílias devem ser beneficiárias do Bolsa Família. Além disso, a Emater faz um diagnóstico socioeconômico para comprovar a situação e renda da família. Isso garante que os recursos cheguem a quem realmente precisa”, diz a técnica da Emater-MG, Geralda Costa.

A técnica ressalta que 17 projetos foram para a aquisição de máquinas utilizadas na colheita do café. Segundo ela, a atividade gera muita demanda no município e, com as máquinas, os trabalhadores conseguem aumentar a sua produtividade recebendo mais. “Para o município parece uma agregação pequena. Mas para as famílias é uma perspectiva de um futuro melhor. Sem o Brasil Sem Miséria eles não conseguiriam”, afirma Geralda Costa.

Ações no Estado – O Brasil Sem Miséria é um programa do governo federal e tem como objetivo a inclusão social e produtiva de famílias que vivem em situação de extrema pobreza no meio rural, com renda mensal per capita de até R$ 89,00. “As famílias recebem um fomento no valor de R$ 2,4 mil, dividido em duas parcelas, para execução de pequenos projetos produtivos, como, por exemplo, a implantação de hortas e criação de pequenos animais”, diz o coordenador-técnico estadual da Emater-MG, Thiago Carvalho.

Os beneficiários recebem ainda toda a assistência técnica da Emater–MG – empresa vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) – para viabilizar acesso aos recursos financeiros e executar seus projetos. O trabalho envolve articulação entre o governo de Minas Gerais, por meio da Seapa e Emater–MG, e o governo federal, por meio dos ministérios da Cidadania e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em 2019, foram beneficiadas 667 famílias mineiras, totalizando um investimento de R$ 1,4 milhão. (Com informações da Emater-MG)

Fonte: Diário do Comércio (Por Michelle Valverde) via Rede Social do Café

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