Federação dos Cafeicultores do Cerrado lança o projeto Cafés Autorais

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A Federação dos Cafeicultores do Cerrado em parceria com o Sebrae e a Mundo Café fez nesta semana, o lançamento do projeto Cafés Autorais, em Uberlândia. O projeto levou 3 cafeterias de Uberlândia até 3 fazendas da Região para que elas participassem de todo o processo que envolve a colheita, seca e benefício dos grãos.

A ideia é parte de um projeto desenvolvido pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado em parceria com o Sebrae, que tem o intuito de fomentar o consumo do café com origem controlada e de alta qualidade. Os proprietários das cafeterias Café Calin, Cafeteria Pede Café e Café D’Casa participaram de todo o processo de produção.

Ainda no ano passado, os empreendedores foram às fazendas parceiras do projeto – Serra Negra, Congonhas (ambas em Patrocínio) e Dona Nenem, em Presidente Olegário -, para selecionar e colher os grãos manualmente e, junto com o produtor, escolher o processo de secagem e beneficiamento do café. Cada produtor, juntamente com a Cafeteria participante, colheu um micro lote com 30 quilos do grão, resultando em três variedades com sabor e aromas exclusivos.

Após o benefício e rebenefício dos grãos, as amostras foram enviadas para a Federação dos Cafeicultores do Cerrado, que emitiu o Selo de Origem e Qualidade dos lotes. Todos os cafés pontuaram acima de 80 pontos na escala da SCAA (Associação Americana de Cafés Especiais) e por isso receberam a chancela da Denominação de Origem Região do Cerrado Mineiro.

O projeto cafés autorais se alinha com o pilar conectar, que faz parte da estratégia da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, entidade gestora da Denominação de Origem Região do Cerrado Mineiro. “Esse projeto veio para gerar a conexão entre os produtores e as cafetarias, atingindo também os consumidores finais, unindo as pontas a cadeia. Além disso, o projeto veio também, elevar o nível de qualidade do consumo de cafés na Região” – explicou o Superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Juliano Tarabal.

Após a colheita e beneficiamento, os cafés foram enviados para o desenvolvimento do perfil de torra com o objetivo de atingirem as melhores características de sabor, aroma e acidez. A barista e mestre de torra Paula Dulgheroff foi a responsável por esta fase. “O processo de torrefação e envase será feito mediante a demanda. Não serão torrados os 30 quilos de uma vez. Conforme o café for sendo vendido para consumo na loja, ou para o cliente fazer em casa, farei nova torra, para que o café esteja sempre fresco”, explica.

As cafeterias levam agora muito mais do que cafés para seus clientes, levam conhecimento e história. “Esse projeto nos proporcionou um conhecimento mais avançado sobre o café, antes eu conhecia apenas o café já acabado e não fazia ideia do quão é delicado o processo de colheita, seleção dos grãos, até chegar ao consumidor final” – explicou Ana Lívia do Café D’ Casa.

Para o produtor Gustavo Ribeiro, da Fazenda Congonhas, a iniciativa está aprovada. “Foi uma experiência realmente incrível, e nós acreditamos que iniciativas como esta sugerem um pensamento diferente na cabeça do consumidor, ele encontra mais do que simplesmente uma xícara de café, ele encontra histórias e experiências únicas” – afirmou o cafeicultor.

O Sebrae já vê a expansão do projeto. “Estamos em uma era em que o consumidor só aceita e valoriza um produto, quando ele tem certeza de sua origem, dos seus processos e seus protocolos. Desta forma, a ação Café Autorais, foi uma oportunidade para que cafeterias e consumidores tivessem acesso a cafés de altíssima qualidade, valorizando a origem. Uma iniciativa inovadora, e o resultado não poderia ter sido diferente, sucesso de integração dos elos da cadeia (produtor, cafeicultores, chegando ao consumidor final). Que os cafés autorais da Região do Cerrado Mineiro, sejam uma prática levada a todo Brasil. Para nós do SEBRAE esta é uma das ações que pretendemos para o ano de 2017, com foco na geração de demanda e disseminação da DO Região do Cerrado Mineiro”. – explicou Naiara Marra, analista do Sebrae na Região do cerrado Mineiro.

Segundo os organizadores uma nova edição do projeto será trabalhada com a expansão para cafeterias de todo o Brasil ainda em 2017.

Cafés diferenciados

Os Cafés Autorais são:
– Café Calin (Fazenda Serra Negra – Patrocínio – produtor André Nakao): café da variedade IAC 125 RN (IBC 12). Os grãos ficaram armazenados por 24 horas, passando por um processo de fermentação a seco, posteriormente, foi feita uma seca lenta, em terreiro aberto.
Características da bebida:
Fragrância: Frutas amarelas maduras, papaia e mel.
Sabor: Notas de frutas amarelas tendendo a papaia.
Finalização: Longa e suave.
Acidez: Média.
Corpo: Acentuado.

– Cafeteria Pede Café (Fazenda Congonhas – Patrocínio – produtor Gustavo Ribeiro): café Catuaí Amarelo. Foi feita uma seca lenta, chamada “grão a grão”, que é quando eles ficam bem esparramados, em uma fina camada, em terreiro sem cobertura;
Característica da bebida
Fragrância: Notas de amêndoas tostadas
Sabor: Doce, açúcar caramelizado e avelãs
Finalização: Mediana e agradável
Acidez: Baixa
Corpo: Cremoso

– Café D’Casa (Fazenda Dona Nenem – Presidente Olegário – produtor Eduardo Pinheiro Campos): café Catuaí vermelho. O café foi seco com redução da intensidade solar protegido por um sombrite, em caixa de nanolotes.
Característica da bebida:
Fragrância: Notas delicadas de chá de cidreira
Sabor: Doce, Castanhas e mel de flor de laranjeira
Finalização: Longa e delicada
Acidez: Cítrica e mediana
Corpo: Denso e viscoso

Fonte: Departamento de Comunicação e Marketing da Federação dos Cafeicultores do Cerrado (Por Sônia Lopes)

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