Faemg lança livro com grande trabalho de pesquisa sobre café das montanhas

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A Cooxupé foi a anfitriã para o lançamento do livro “Caracterização da Cafeicultura de Montanha de Minas Gerais”, realizado a partir de um trabalho de pesquisa desenvolvido pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), através do Instituto Antonio Ernesto de Salvo (Inaes), em parceria com a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). O evento aconteceu na sede da Cooxupé (Guaxupé), na quinta-feira (21) e reuniu pesquisadores, técnicos do setor cafeeiro, dirigentes de cooperativas e sindicatos, lideranças políticas e produtores.

O presidente da Frente Parlamentar do Café, o deputado federal Carlos Melles, enviou uma carta parabenizando o lançamento do livro, como sendo uma das mais importantes publicações do setor dos últimos anos. O deputado Carlos Melles disse posteriormente, que o nome de Antonio Ernesto de Salvo (que empresta o nome à instituição responsável pelo livro) deve sempre ser lembrado. “Antonio Ernesto de Salvo tem que ser reverenciado como um grande homem e grande líder da atividade. É uma homenagem justa e apropriada na forma de uma publicação que, tenho certeza, será fonte de conhecimento para todos que se relacionam com a cafeicultura e instrumento para a elaboração de políticas concretas”, disse.

O presidente da Cooxupé, Carlos Paulino, disse que o trabalho de pesquisa realizado para a formatação do livro foi desenvolvido nas lavouras de café das montanha do Sul de Minas e vai além de um trabalho técnico para o setor. “Esse trabalho servirá como um norte para traçarmos uma política específica para a produção de café do Sul de Minas. Essa é uma cafeicultura que demanda grande mão-de-obra, produz um café de excelente qualidade, com grande aceitação no mercado internacional”.

Carlos Paulino ressaltou a importância econômica, social e ambiental que a atividade tem para todo o Estado e país, mas que passa por grandes dificuldades por falta da valorização do governo. “A produção de café do Sul de Minas está instalada a região há mais de 150 anos e isso comprova que respeita o meio ambiente. Porém passa por grandes dificuldades econômicas porque emprega uma das mão-de-obra mais caras da agropecuária. O trabalho sério que esse está nesse livro mostra que a cafeicultura do Sul de Minas é especial e o governo não pode continuar tratando de uma maneira igual. Mas eu tenho esperança, pois temos representatividade no setor, como o deputado Carlos Melles, que é um grande batalhador pela cafeicultura no Brasil”, disse o presidente da Cooxupé.

O presidente da Faemg, Roberto Simões, agradeceu a Cooxupé por ser sede do lançamento. “Não existe lugar mais ideal para o lançamento deste livro porque todos conhecem a grandiosidade da cooperativa e sua força em relação ao tema de que trata essa publicação: o café de montanha”, disse.

Roberto Simões explicou que o livro é o primeiro trabalho desenvolvido no Instituto Antonio Ernesto de Salvo, que foi uma referência para o setor e a homenagem foi feita para reverenciar um grande líder da cafeicultura. “Este é um estudo sério, um levantamento técnico e amplo, que vai nos orientar para atender às necessidades dos produtores. Vai nos dar mais base para apresentarmos nossas sugestões”, explicou Roberto Simões.

O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Gilman Vianna, disse que a questão crucial para o setor cafeeiro é a criação de uma política concreta, confiável e compreensível para a comercialização de café. “O governo tem grande dificuldade de elaborar essa política. Ao estabelecer políticas que preservem a renda do produtor, o governo terá que bancar isso e fazer estoques que sustentem esse mercado e isso cria uma ‘pirraça’ dentro do governo”, ponderou o secretário.

Gilman Vianna falou da importância do Brasil como o maior produtor de café do mundo. “Não é possível que o Brasil, como detentor de mais de 35% de participação no comercio mundial e não tenha predominância nas regras”.

O livro

O livro “Caracterização da Cafeicultura de Montanha de Minas Gerais” foi elaborado a partir de entrevistas com 1.066 cafeicultores do Sul e Zona da Mata – as regiões de cafeicultura de montanha do estado. Eles responderam cerca de 400 perguntas sobre os mais variados aspectos da atividade, permitindo a caracterização da produção.

O presidente da Faemg, Roberto Simões, destacou também a importância do livro e de seu lançamento que reuniu lideranças do setor, técnicos, pesquisadores, dirigentes de cooperativas e instituições como Sebrae, Senar, Conselho Nacional do Café (CNC) e Ministério da Agricultura. “O grande objetivo é ter um instrumento de excelente qualidade para obtermos políticas muito mais adequadas para o desenvolvimento de nossas atividades”.

Para o presidente da Comissão do Café da Faemg (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), Breno Mesquita, o livro é a realização de um sonho que surgiu da proposta de elaboração de pesquisa profunda do setor, especificamente o café de montanha, há quatro anos. “A cafeicultura de montanha tem dificuldades inerentes, diferentes do restante da atividade. Muitas teorias existiam, mas não tínhamos dados confiáveis que retratavam a cafeicultura de montanha, a maior dentro do setor e que precisa de socorro”, disse o especialista. Ele disse que durante seis meses o grupo de pesquisa viajou pela lavouras montanhosas dos estados do Paraná, São Pulo, Espírito Santo, além de Minas Gerais, para levantarem o custo de produção da atividade. “Percebemos que em um país que tem o preço mínimo fixado em R$ 261, tanto para a cafeicultura altamente mecanizada e irrigada, quando para aquela que emprega grande volume de mão-de-obra, temos uma imensa distorção prejudicial à atividade como um todo”, relacionou Breno Mesquita, destacando que o conteúdo da publicação vai auxiliar na elaboração de políticas diferenciadas, adequadas para cada tipo de cafeicultura, “mas que os resultados positivos possam atender à toda atividade”, disse.

O presidente do Departamento de Café (Decaf), Robério Silva, disse que o livro representa “um grande trabalho de pesquisa qualificada para o setor e que, para o governo, servirá como um ‘manual’ na formulação de novas políticas eficientes de fato”.

Presenças

Também esteve presente ao lançamento do livro, o Secretário de Produção e Agroenergia do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Manoel Vicente Bertone, que disse que a cafeicultura brasileira é muito diversa e que as produções de países, como por exemplo, Vietinã, Colômbia, Guatemala, entre outros, podem ser tratadas de forma nivelada pelas políticas cafeeiras, mas que no Brasil é necessáro diferenciar a politica para o setor.
O evento também contou com a participação do deputado estadual Antônio Carlos Arantes, que recebeu cumprimento especial do presidente da Cooxupé, Carlos Paulino, por sua reeeleição. O prefeito de Guaxupé, Roberto Luciano Vieira e o presidente da União Sindical, João Abrão, também prestigiaram o evento.

Fonte: Coffee Break

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