Exportações de café da Indonésia deverão cair para menor volume em dois anos

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As exportações de café da Indonésia, terceiro maior produtor de café robusta do mundo, deverão cair para seu menor nível em dois anos, à medida que a indústria doméstica aumenta sua compra e a colheita cairá devido às chuvas. 

As exportações poderão cair em 14%, para 385.000 toneladas (6,42 milhões de sacas) com relação ao ano anterior, de acordo com estimativas médias de sete exportadores e um grande torrefador compiladas pelo Bloomberg. Esse é o menor volume desde 2011, de acordo com dados da Agência Central de Estatísticas. A colheita poderá cair em 10%, para 595.000 toneladas (9,92 milhões de sacas), mostrou a pesquisa.

Menos cargas da Indonésia poderão desacelerar o declínio nos preços do café robusta. Os futuros caíram em 17% com relação ao maior valor em cinco meses alcançado em março em meio a um aumento na oferta do Vietnã e do Brasil. A colheita no Vietnã poderá aumentar em 13%, à medida que a produção global de café ultrapassa a demanda pelo segundo ano em 2013-14, disse a Volcafe, unidade suíça da trader de commodities, ED&F Man Holdings Ltd.

“A produção cairá por causa do clima e devido a uma colheita muito grande no ano passado”, disse Sumita, chefe do braço de Lampung da Associação de Exportadores e da Indústria de Café da Indonésia. “O consumo local está aumentando e todos estão competindo pelos grãos”.

Nas áreas mais altas de Sumatra, na Indonésia, a colheita declinará em até 50% para uma média de 1,5 toneladas por hectare devido às fortes chuvas, disse Sunyoto, que é chefe de um grupo de 37 produtores. A colheita principal começará no meio de junho, um mês depois do programado, disse ele. Uma grande colheita no ano passado enfraqueceu as árvores, segundo ele. “Uma grande produção nem sempre é uma boa história para nós. Alguns pararam de produzir por um ano, à medida que as árvores precisam de um tempo maior para crescer os brotos e produzir cerejas de novo”.

Dados da Organização Internacional de Café mostrando maiores envios podem significar que a produção está maior do que o estimado, disse Andrea Thompson, chefe de pesquisa e análise do CoffeeNetwork. Os envios em abril foram de 600.000 sacas, mais que as 561.448 sacas no ano anterior, de acordo com a OIC. “Ainda existem relatórios otimistas sobre a Indonésia. Se você olhar as exportações da OIC, o fluxo da Indonésia é forte. Os sinais são de que a produção está sendo subestimada”.

A demanda está aumentando por parte dos processadores locais. O consumo pode totalizar 2,58 milhões de sacas em 2013-14, 53% a mais que há três anos, de acordo com dados do USDA.

A indústria está oferecendo um preço mais alto que os exportadores pelas ofertas, disse Sumita. Os torrefadores locais estavam prontos para comprar grãos robusta a US$ 2.109 por tonelada, disse ele. Os exportadores estão oferecendo US$ 1.908/tonelada, disse Sunyoto.

As chuvas adiaram as entregas para os armazéns de Lampung, aumentando os prêmios com relação aos preços internacionais. Os compradores estavam oferecendo US$ 135 a tonelada acima do preço na NYSE Liffee para entregas em junho/julho, comparado com US$ 50 em abril no começo do ano safra, disse Moelyono Soesilo, gerente da PT Taman Delta Indoensia. As chegadas diárias eram de 800 toneladas na terceira semana de maio, comparado com mais de 1.000 toneladas no ano anterior, disse Sumita.

“As exportações dependerão dos preços”, disse Sumita. “Não queremos conter os envios se os preços estão bons,mas podemos ver que a pressão da oferta está muito alta do Vietnã e do Brasil”, disse ele. Cerca de US$ 2.200 a tonelada era o “preço ideal” para os exportadores e produtores. Isso é 18% a mais que o preço em 7 de junho.

A reportagem é do Bloomberg, traduzida e adaptada pelo CaféPoint.

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