EURO E CLIMA PRESSIONAM COMMODITIES

A agência classificadora de risco Moody’s rebaixou para negativa a perspectiva da nota dos títulos da dívida da Alemanha, Holanda e Luxemburgo, movimento que pressionou o euro para a menor cotação desde 11 de junho de 2010.

No dia seguinte o presidente do Banco Central Europeu (ECB em inglês) disse que fará o que for preciso para preservar a moeda comum, e na sexta juntaram-se ao discurso a Alemanha e a França.

A retórica ajudou as principais bolsas a subir nos últimos cinco dias, já que os agentes crêem em uma intervenção no mercado de títulos soberanos e até mesmo em uma nova rodada de injeção de liquidez.

Os índices das commodities por outro lado escorregaram forte, a princípio carregados pelo cenário macroeconômico, e na sequência por previsões de chuvas nos Estados Unidos que provocou queda dos grãos.

O café em Nova Iorque foi a commodity que mais caiu na semana, 6.16%, seguido pela queda de 5.73% do açúcar.

O robusta por sua vez se portou bem e quase fez nova alta neste ano.

A queda da arábica, mais uma vez iniciada pela fraqueza do euro, teve como componente adicional a corrida de origens para vender o “C”. Menos em função de preços atrativos, e mais em razão dos produtores estarem receosos de novas visitas do contrato nas mínimas vistas recentemente. Junta-se a isto o pouco interesse de compra dos torrefadores, que já tem alguma cobertura nos futuros, e o resultado foi a queda forte que acompanhamos na terça-feira.

Os diferenciais como consequência encareceram, e os que correm para honrar seus embarques sangraram mais seus resultados para atender suas necessidades.

O baixo percentual de comercialização da safra brasileira, relativamente alinhado com o volume de recebimentos nos armazéns abaixo da média, serve de alerta mais uma vez para a qualidade da safra.

Greves de caminhoneiros e operação padrão dos órgãos que desembaraçam as mercadorias portuárias devem deixar mais ansiosos os importadores que tem estoques magros de cafés finos.

Parece-me que o “pipeline” enxuto, assim como o firmamento das arbitragens de SP/NY e LN/NY devem prover suporte para o que tenho acreditado ser o “limite de baixa” do intervalo de negociação de 170 e 190 centavos por libra.

Os fundos não alteraram muito suas posições, o que ainda reserva alguma munição para os altistas. Para tanto é importante a tela de setembro não quebrar o nível de 169.30, o que se ocorrer vai trazer novas vendas de especuladores.

Uma excelente semana e muito bons negócios a todos.

* Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

Fonte: Archer Consulting

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