Estudo mostra que muitos cafeicultores ainda não usam tecnologia nas lavouras no Sul de MG

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Um levantamento da Universidade Federal de Lavras (Ufla) mostrou que muitos produtores de café do Sul de Minas ainda não conseguem utilizar tecnologia nas lavouras. O estudo durou quatro meses e ouviu 179 agricultores da região.

Pelo menos 20% dos entrevistados disseram que não fazem sequer a análise de solo anualmente. Além disso, 33% também não têm o costume de fazer análise foliar, o que, segundo a pesquisadora responsável pelo estudo, se deve principalmente à falta de informação.

“O pequeno produtor, muitas vezes, é um pouco mais complicado para ele ter acesso à essa tecnologia, então é muito importante que órgãos principalmente de pesquisa, como a Ufla, e outras organizações de assistência, como a Emater-MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais) e Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) continuem promovendo a disseminação de tecnologias existentes para esses produtores e incentivando que eles busquem, que eles se atentem”, explica Angélica Azevedo.

Uma realidade que também pode mudar por meio da educação. Tem cafeicultor apostando na formação dos filhos, na esperança de que, depois de formados, eles retornem para o campo para ajudar com conhecimento.

O pai da estudante Thaynara de Paula Oliveira, por exemplo produz café em Perdões (MG), e a estudante de Agronomia quer usar o que aprende na Ufla para ajudar na produção da família.

“A minha ideia não é me formar e já voltar para lá, mas agregar um pouco de conhecimento, agregar um pouco de mais tecnologia, de poder mesmo chegar lá roça e falar: ‘Pai, eu tenho certeza disso, a gente pode investir nisso e vai dar tudo certo’”, conta Thaynara.

Estudo mostra que muitos cafeicultores ainda não usam tecnologia nas lavouras no Sul de MG (Foto: Reprodução/EPTV)

Paixão pelo café
O estudo também apontou o perfil do cafeicultor da região e mostra que quem está no campo tem amor pelo trabalho. É o caso do Francisco de Paula Vitor Oliveira, que é pequeno produtor. Para ele, a relação com a cafeicultura é algo especial.

“A gente está lidando com uma coisa que é um ser vivo, uma coisa viva. E a gente batalha, vê o que acontece com ela, esse carinho que a gente tem por ela. E a gente chega até a conversar com a planta, porque isso faz bem para a planta também”, diz Oliveira.

Pequenas lavouras de café muitas vezes são passadas de pai para filho, aponta levantamento (Foto: Reprodução/EPTV)

Outro traço comum revelado pela pesquisa é que as propriedades passam de pai para filho. Na família do Ernane Vilela Lima, a produção de café está na quarta geração.

“Essa parte que foi passada pra gente, essa parte que nós recebemos do pai, no caso, é uma coisa que a gente valoriza demais, porque é uma coisa que foi conquistada com muito trabalho, muito sacrifício. E a gente faz de tudo para continuar na atividade e ter sucesso na atividade”, afirma Lima.

E não é só a terra e os pés de café que são passados de pai para filho. Os conhecimentos sobre a cultura também. As técnicas do passado ajudam os cafeicultores superarem os desafios do presente.

“Você que o mercado hoje é uma constante, muda demais, é uma loucura. Então a gente pega essa coisa que veio deles e tenta aperfeiçoar cada vez mais, melhorar mais essa parte para poder valorizar mais o nosso produto”, completa Lima.

Conhecimento passa de geração para geração e ajuda no cuidado das lavouras (Foto: Reprodução/EPTV)

Fonte: G1 Sul de Minas e EPTV Sul de Minas

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