Estoques nos armazéns brasileiros estão perigosamente baixos

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Em mais uma semana com forte alta nos preços do café nas bolsas de futuro, a pergunta que mais se ouve é onde irão parar as cotações. Como já dissemos em nosso último boletim, é uma situação nova na longa história do café.

As rápidas e profundas mudanças no cenário econômico e político mundial não permitem uma análise baseada em cenários do passado. Esse novo e desconhecido cenário encontra o mercado de café em uma situação de escassez de estoques sem precedentes. Segundo a Organização Internacional do Café, os estoques de café em mãos dos países consumidores são os menores dos últimos quarenta anos.

Os estoques em mãos dos produtores são apenas os da safra corrente, sendo que no Brasil, maior produtor e exportador, já existe a preocupação sobre quantas sacas de café teremos para o consumo e embarque nos últimos meses deste ano-safra. Os estoques nos armazéns brasileiros estão perigosamente baixos e parte deles já comprometidos com os embarques de fevereiro e março.

Os estoques certificados nas bolsas de Nova Iorque e São Paulo continuam baixos e sem possibilidades de alta significativa nos próximos meses, apontando para nova situação de aperto quando chegar a hora de liquidação dos contratos com vencimento em maio próximo. Já existem 83 mil contratos em aberto para maio em Nova Iorque.

A próxima safra brasileira será, com certeza, menor que nossas necessidades de consumo e embarque. Nos países do BRIC muitos novos consumidores estão chegando ao mercado querendo adotar os hábitos de consumo das classes A e B. Os preços do café ao consumidor foram represados por muitos anos e só agora começam a ser reajustados. Estão baratos em relação a outras bebidas e tem espaço para subir sem afetar o consumo.

Com o quadro acima, não é possível fazer previsões. Nossa opinião é que os preços continuarão firmes por muito tempo. Não existem condições para formação de estoques nos próximos anos e não podemos nem pensar em problemas climáticos nos países produtores. A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 4.044.513 em 31 de janeiro de 2011.

Uma alta de 70.782 sacas em relação às 3.973.731 sacas existentes em 31 de dezembro de 2010. Até o dia 17, os embarques de fevereiro estavam em 1.023.704 sacas de café arábica, 21.776 sacas de café conillon, somando 1.045.480 sacas de café verde, e 78.301 sacas de solúvel, contra 790.655 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o dia 17, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 1.847.886 sacas, contra 1.339.895 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 11, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 18, subiu nos contratos para entrega em março próximo, 1970 pontos ou US$ 26,05 (R$ 43,34) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 11, a R$ 555,24/saca e hoje, dia 18, a R$ 597,94/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou com alta de 430 pontos.

Fonte: AgnoCafe

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