Estoques devem pressionar preço de café em 2014

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A crise do mercado de café pode, em parte, ser explicada pelos altos níveis dos estoques mundiais do produto, que registravam tendência de queda até a safra 2012, mas que começaram a reagir nos últimos dois anos somando cerca de 30 milhões de sacas nas ultimas duas safras.

"Em 2012 a produção de café cresceu em diversos países, e em 2013, ano de safra menor no Brasil (em função do ciclo de produção do grão que é caracterizado por um ano de alta produtividade, seguido por outro de queda) registramos o maior volume da história para anos de baixa. Além disso, a Colômbia se tornou mais agressiva, e a safra de 10,5 milhões de sacas deste ano, pode se situar entre 12 e 14 milhões em 2014. O Vietnã também vai produzir mais, cerca de 29 milhões de sacas", disse Gil Barabach, analista da empresa de consultoria Safras & Mercado durante Forum Agritendências, realizado em São Paulo nesta terça (10/12).

Para ele, o problema do setor é que a produção está em patamares superiores aos da demanda. "E a concorrência está mais acirrada", avalia. Na avaliação de Barabach, 2014 será um pouco melhor para o produtor brasileiro, "mas ainda será um ano difícil", diz.Isso porque os estoques no Brasil também estão crescendo.

Em 2002 eram 18,5 milhões de sacas, que foram reduzidas para 2 milhões em 2011, mas que voltaram para 7 milhões na safra atual. Em 2014 especula-se uma safra entre 55 e 60 milhões de sacas.

"Se o Brasil chegar a 60 milhões de sacas e consumir 21,5 milhões, sobram 35 milhões para exportações, e restam 3,5 milhões no mercado interno sob a forma de estoques, que, somadas às 7 milhões já armazenadas levarão os estoques internos a 10 milhões de sacas, o que deve dar suporte para manter os preços nos patamares atuais. "A tendência é que haja uma recuperação nos preços entre o final de 2014 e início de 2015", diz.

Fonte: Revista Globo Rural

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