Estoques de passagem no mínimo criam cenário favorável para cafeicultores

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Em contrapartida à expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de alcançar a segunda maior safra de café da história, o último relatório do Conselho Nacional do Café (CNC) alerta que os estoques brasileiros de passagem deverão atingir, ou ficarão muito próximos, dos menores níveis históricos em 2016. Com isso, os preços devem responder à altura, beneficiando cafeicultores brasileiros, que conseguirão refazer seus caixas.

Segundo informações do CNC, o baixo estoque de passagem se deve às safras reduzidas em 2014 e 2015, em consequência da combinação de estiagem, volumes recordes de exportação – que superaram 36 milhões de sacas, e da manutenção do consumo interno, entre 20 e 21 milhões de sacas.

O analista de mercado Marcus Magalhães sinaliza que 2016 será interessante para o café, particularmente pelo cenário conjuntural que o rodeia: demandas crescentes, estoques baixos, imprevisibilidade climática e safra sucessora que, além de ter sido afetada por problemas climáticos, estará muito próxima das demandas. “(Esses fatores) indicam um viés interessante para o negócio do café no curto, médio e longo prazos”, afirmou Magalhães ao programa Mercado & Cia.

A prova, como coloca o analista, é que apesar do “tsunami” que varre o mercado financeiro global este ano, o “ativo café foi o que menos caiu, mais se sustentou e o que mais tem possibilidade de ganhos em 2016”, explica.

Somando essas circunstâncias ao crescimento do consumo na Europa e nos Estados Unidos, Magalhães acredita que o cafeicultor conseguirá refazer o caixa e obter mais lucratividade. “Eu acho que o produtor brasileiro tem que fazer o dever de casa da mesma maneira que fez nos últimos dois anos: mercado subiu, vem ao mercado, vende alguma coisa, põe o dinheiro no bolso”.

Para ele, foi esse método de trabalho que fez com que o Brasil alcançasse, nos últimos dois anos, volumes recordes de sacas de café. “Se embarcou a safra, embarcou o estoque, injetou dinheiro na economia… Realmente o produtor conseguiu fazer média de preço para cima”, finaliza o analista.

Fonte: Canal Rural (Victória Matsumoto)

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