Escritório Carvalhaes analisa mercado cafeeiro na semana

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O agravamento da crise econômica européia e americana dominou o cenário esta semana derrubando ainda mais os mercados, o do café entre eles. Nos EUA, maior economia do mundo, faltando menos de três semanas do prazo final para elevar o teto da dívida, o presidente Barack Obama ainda não chegou a um acordo com o congresso. A situação é grave a ponto de acontecerem situações impensáveis até alguns meses atrás.

Em um inédito puxão de orelhas, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, principal credor externo americano, declarou: “Nós esperamos que o governo dos Estados Unidos adote políticas e medidas responsáveis para garantir os interesses dos investidores”, enquanto as agências de rating já ameaçam rebaixar a avaliação do país! Na Europa, as atenções se voltaram para a Itália. Nas últimas semanas a possibilidade da crise alcançar este país cresceu fortemente e medidas urgentes estão sendo tomadas para tentar evitá-la.

Nesse quadro, o comportamento dos mercados não poderia ser diferente e as bolsas recuaram. Os contratos de café na ICE Futures US para entrega em setembro próximo caíram 975 pontos na semana, dificultando o andamento dos negócios no mercado físico brasileiro. Apesar de muitos operadores tentarem ligar a queda a possíveis mudanças nos fundamentos, elas não existem. Os fundamentos do mercado de café são sólidos e deverão continuar assim por um longo período. A variável a ser acompanhada é a crise econômica no hemisfério norte e seus reflexos no consumo.

Não é por acaso que o crescimento do consumo de café tem sido mais expressivo nos países produtores, o Brasil à frente, e nos países em desenvolvimento, principalmente do leste europeu. A boa notícia da semana é que a Starbucks, na China há 11 anos, pretende chegar a 2015 com mais de 1,5 mil lojas aberta no país (Valor Econômico).

A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 4.559.795 em 30 de junho de 2011. Uma alta de 133.138 sacas em relação às 4.426.657 sacas existentes em 31 de maio de 2011. (veja a relação dos portos na seção EXTRA de nosso site).

Até o dia 14, os embarques de julho estavam em 532.565 sacas de café arábica, 105.317 sacas de café conillon, somando 637.882 sacas de café verde, mais 93.340 sacas de solúvel, contra 423.118 sacas no mesmo dia de junho. Até o dia 14, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em julho totalizavam 1.038.502 sacas, contra 781.563 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 8, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 15, caiu nos contratos para entrega em setembro próximo, 975 pontos ou US$ 12,89 (R$ 20,30) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 8 a R$ 544,73/saca e hoje, dia 15, a R$ 528,25/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 480 pontos. 

Fonte: Escritório Carvalhaes

Escritório Carvalhaes analisa mercado cafeeiro na semana

A onda de frio que atingiu boa parte das principais áreas cafeeiras do Brasil no início da semana assustou produtores e operadores do mercado. Os danos foram pequenos e pontuais, mas o relato de diversos experientes cafeicultores é que faltou pouco para termos problemas mais sérios. Ouvimos várias vezes a expressão “bateu na trave”.

Com estoques globais muito baixos e um precário equilíbrio entre produção e consumo mundial, o quadro estatístico e os fundamentos do mercado de café apontam para aperto no abastecimento a curto e médio prazo mesmo com condições climáticas ideais nas principais regiões produtoras do mundo. Se acontecerem problemas de porte no Brasil ou em outro grande produtor, a situação poderá ficar fora de controle.

O frio nas regiões produtoras de café do Brasil levou as bolsas de futuro a trabalharem em forte alta. Os contratos de café para entrega em setembro próximo na ICE Futures US em Nova Iorque subiram 1940 pontos em seis pregões consecutivos em alta. Hoje, véspera de fim de semana, com feriado nos EUA na segunda-feira, um movimento de realização de lucros levou as cotações na ICE a fecharem em baixa de 195 pontos.

O frio e a alta nas cotações trouxeram uma maior movimentação ao mercado físico brasileiro esta semana. As ofertas melhoraram e o volume de negócios só não foi grande porque muitos produtores estão com suas atenções voltadas para a colheita e preparo da nova safra, não mostrando interesse maior em comercializar seus lotes nas bases oferecidas pelos compradores.

Com fundamentos sólidos, o que poderá dificultar os negócios do café nos próximos meses é a crise econômica em muitos mercados consumidores do hemisfério norte. Os problemas se avolumam na Europa, nos EUA e no Japão, podendo vir a afetar o consumo de café.

Até o dia 30, os embarques de junho estavam em 1.187.597 sacas de café arábica, 316.268 sacas de café conillon, somando 1.503.865 sacas de café verde, mais 150.978 sacas de solúvel, contra 1.674.891 sacas no mesmo dia de maio. Até o dia 30, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 2.466.732 sacas, contra 2.216.385 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 24, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 01, subiu nos contratos para entrega em setembro próximo, 1315 pontos ou US$ 17,39 (R$ 27,09) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em setembro próximo na ICE fecharam no dia 24 a R$ 531,50/saca e hoje, dia 01, a R$ 543,36/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em setembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 195 pontos.

Fonte: Escritório Carvalhaes

Escritório Carvalhaes analisa mercado cafeeiro na semana

Chamou a atenção esta semana uma matéria divulgada pelo CNC – Conselho Nacional do Café em seu “Clipping” sobre as reexportações de café por países consumidores. Baseada em números conhecidos pelo mercado, regularmente divulgados pela OIC – Organização Internacional do Café, a matéria consegue colocar luz em um assunto pouco discutido – a agregação de valor – nos debates e na elaboração das políticas da cafeicultura brasileira.

A tabela apresentada na matéria mostra que os números mensais de reexportação dos países consumidores suplantam os das exportações de café verde do Brasil, maior produtor e exportador, e deixa claro que as lideranças brasileiras têm de dar uma atenção maior ao assunto.

As exportações brasileiras de café solúvel são cerceadas por barreiras alfandegárias e não alfandegárias de países importadores de nosso café verde e as de café torrado, apesar do empenho e persistência da ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café e da APEX – Brasil, são muito pequenas, perdendo até para as de países com pouca tradição no mercado de café.

A grande agregação de valor fica para os países importadores, sobrando para os cafeicultores brasileiros exigências cada vez maiores, através de certificações impostas pelos compradores. O preço do café verde é limitado pelas bolsas de futuro e seus derivativos, esbarrando sempre em seus níveis históricos.

Não temos marcas conhecidas no exterior e as mais conhecidas pelos consumidores do Brasil, segundo maior mercado consumidor de café do mundo, já estão em mãos de grandes torrefações multinacionais.

Somos responsáveis por mais de 50% das exportações mundiais de café arábica verde, grandes produtores de conillon e, como segundo maior mercado consumidor, temos também um grande e moderno parque torrefador, possivelmente o segundo do mundo. Portanto não é a proibição de importação de café verde de outras origens que impede a maior presença brasileira na exportação de café industrializado. Necessitamos é de vontade política e empenho na mudança do foco de nossas exportações, que precisa ser centrada na agregação de valor.

O anúncio de que o Federal Reserve (o banco central dos EUA) vai injetar mais US$ 600 bilhões para tentar recuperar a economia americana, agitou os mercados esta semana. Investidores correram para commodities, ações e moedas de países emergentes. O dólar fraco e a perspectiva de excesso de dinheiro inflaram as bolsas de commodities ao redor do mundo. As negociações de grãos, metais e petróleo cresceram de modo impressionante. A alta dos preços é boa para os produtores de commodities e os agricultores brasileiros deverão ter renda recorde este ano.

As bolsas de café, já pressionadas pela escassez de estoques em todo mundo, acompanharam o movimento de alta, que também foi influenciado pela rolagem de posições de dezembro para março. Ontem, na ICE Futures US, os contratos com vencimento em março próximo chegaram a ser negociados acima de 2,11 cents por libra-peso. No físico brasileiro, os cafeicultores , ao contrário dos produtores de outras commodities, praticamente não foram beneficiados pela forte alta. Muitos compradores se retiraram do mercado aguardando uma melhor definição do quadro e os negócios realizados tiveram preços apenas 5 a 10 reais por saca acima das cotações do início da semana.

Até o dia 30, os embarques de outubro estavam em 2.769.441 sacas de arábica e 106.192 sacas de conillon, somando 2.875.633 sacas de café verde, mais 261.295 sacas de solúvel, contra 2.444.206 sacas no mesmo dia do mês anterior. Até o dia 30, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em outubro totalizavam 3.378.485 sacas, contra 3.056.133 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 29, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 5, subiu nos contratos para entrega em dezembro próximo, 170 pontos ou US$ 2,24 (R$ 3,76) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 29, a R$ 457,51/saca e hoje, dia 5, a R$ 455,63/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em dezembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 65 pontos.

Fonte: Escritório Carvalhaes

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