Equipamento simples melhora condições de trabalho no campo

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Para os brasileiros que trabalham no campo, o momento é de adaptação a novidades. O Jornal Nacional já mostrou a necessidade de aprimoramento de trabalhadores que, de repente, se viram obrigados a usar máquinas modernas e mais sofisticadas. E agora, um equipamento bem simples é elogiado tanto por produtores rurais quanto pelos trabalhadores.

Nas mãos dos agricultores está o equipamento que faz os galhos vibrarem, considerado uma revolução na colheita de café pelo interior do Brasil. “A máquina vibra os galhos e chacoalha, e faz os grãos de café caírem no chão”, explica o apanhador de café Celso Antonio Guimarães. 

Comparado com a colheita manual, o trabalho feito com a derriçadora rende mais. “O trabalhador rural, com a mão, colhe por dia dez medidas. Com a máquina, vai colher 15 ou 20”, compara o presidente do Sindicato de Produtores Rurais, Arnaldo Botrel Reis.

É uma vantagem para o produtor e para o empregado. Com o preço do café em alta, o salário do trabalhador também está melhor. Quem colhe com as mãos recebe em média R$ 1,5 mil por mês. Já com o uso do equipamento, o salário mensal chega a R$ 4,6 mil. 

Celso Guimarães colhe café há 15 anos. Desde que começou a usar o equipamento, mudou de vida. “Comprei TV, DVD, fogão, cama, carro e paguei as dívidas”, lista. 

O coordenador do Sindicato dos Empregados rurais do sul de Minas, Paulo Sebastião, destaca que essa tecnologia não substitui o trabalhador. Ao contrário, melhora a condição de trabalho. “Facilitou bastante, incluindo na questão da saúde e segurança do trabalhador que utiliza esse mecanismo”, aponta. 

O equipamento custa cerca de R$ 1,8 mil e, durante a safra, alguns apanhadores conseguem pagar em menos de três meses. 

De acordo com o Sindicato dos Produtores Rurais de Varginha, mais da metade dos colhedores de café tem a própria máquina. A melhor condição de trabalho aliada à renda tem trazido a mão de obra de volta para o campo. Muitos trabalhadores que haviam migrado para a construção civil em busca de salários mais altos retornaram para a lavoura. 

“Tem mais rendimento e ganho durante o dia, a semana e o mês. Isso atrai a mão de obra de outros setores”, acrescenta Arnaldo Botrel Reis. 

Para o apanhador Vanderlei Donelli, a tecnologia vai transformar a colheita do café para sempre. “Acredito que em dois anos não vai mais haver colheita de café manual”, conclui. De acordo com o pesquisador da empresa brasileira de pesquisa agropecuária, Ricardo Inamasu, o projeto da derriçadeira, ou derriçadora, foi desenvolvido em uma parceira da Embrapa com a Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé, no sul Minas. Hoje, o equipamento é fabricado por várias empresas. 

Fonte: Jornal Nacional 

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