EPAMIG realiza Dia de Campo em Machado/MG

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Pesquisador da EPAMIG Júlio Souza apresentou alternativas para reconhecimento e controle da broca do cafeeiro

Durante a abertura do evento, a pesquisadora da EPAMIG Sara Chalfoun palestrou sobre as demandas mundiais e oportunidades para a cafeicultura. A doutora em Agronomia (fitotecnia) falou do crescimento do setor após crise do café ocorrida recentemente. “Houve segmentação da produção da bebida, profissionalização do produtor. Crescemos muito com a crise, mas é preciso estarmos atentos ao mercado”, conclui. 

O evento, realizado no Dia Internacional do Café, reuniu cerca de 170 cafeicultores de toda a região que tiveram a oportunidade de visitar os experimentos conduzidos na fazenda e trocar informações sobre oportunidades e desafios da atividade. Em cinco estações de campo, foram apresentados os resultados dos últimos anos da pesquisa. O pesquisador da EPAMIG César Botelho apresentou a cultivar desenvolvida pela EPAMIG, em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), Paraíso (H419-1). Ela é recomendada para sistema adensado e agricultura familiar. César apontou a Paraíso como cultivar resistente à ferrugem, de alta capacidade produtiva, bom vigor vegetativo, uma alternativa para a cafeicultura de montanha. Segundo o pesquisador muitas propriedades do Sul de Minas têm declividade bem acentuada e isso muda o manejo da cafeicultura. “Várias operações durante o ano, inclusive a colheita, são feitas manualmente, o que dificulta um pouco e pode encarecer em termos de mão de obra”, informa. Entretanto, César explica que isso tem sido solucionado com tecnologias, como pequenas máquinas para colheita, manejo de mato, de pragas e doenças; melhoramento (cultivares mais adaptadas para esse tipo de região). 

Reconhecimento, danos e controle de pragas e doenças também foram abordados durante o evento. A poda do cafeeiro também foi tema de estação de Campo. De acordo com o agrônomo Cristiano de Andrade, bolsista da EPAMIG, a poda é uma operação que influência muito nos resultados produtivos e econômicos dentro da propriedade de café. Ele explica que é preciso avaliar alguns aspectos, antes de fazer a poda, como: idade da lavoura, verificar se a cultivar adequada para a região, fechamento da lavoura (crescimento excessivo pode dificultar aplicações de adubos e defensivos), pragas e doenças (verificar se há manejo dificultado) e população de plantas. “Como estamos em ano com bom preço de café, essa poda deve ser analisada com mais critério: é importante que a decisão de poda seja tomada de talhão por talhão e não na lavoura como um todo. É necessário ter indicadores técnicos e financeiros de cada talhão para optar pela poda ou não”, explica. 

Durante o evento também foi aplicado questionário, que faz parte de uma das ações do projeto “Desenvolvimento e avaliação de ferramentas de comunicação rural para a cafeicultura do Sul de Minas”, financiado pelo Consórcio Pesquisa Café, em uma parceria entre EPAMIG, Universidade Federal de Lavras (UFLA), Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e Emater/MG. 

Para o cafeicultor de Machado José Hélio Ferreira as tecnologias desenvolvidas, por meio da pesquisa, contribuíram muito para o reconhecimento e controle de pragas em sua propriedade. “Há mais de 30 anos trabalho com o café. Acompanhei muitos avanços na área”, comemora. José Hélio produz as cultivares Mundo Novo, Catuaí e recentemente, implantou lavoura de catucaí em sua propriedade. “Adquiro sementes para minha propriedade com tecnologia da EPAMIG, na Fazenda de Machado”, afirma.

Certifica Minas Café 

O Programa de Certificação de Propriedades Cafeeiras – Certifica Minas Café também foi tema apresentado pelo extensionista da Emater-MG Edson Logato. Ele explicou como a certificação pode abrir oportunidades para as propriedades já certificadas. A Fazenda Experimental da EPAMIG de Machado (Fema) é certificada desde 2008 pelo Instituto de Mercado Ecológico – IMO Control. Como fazenda modelo para a região, a Fema adotou práticas requisitos para a certificação, como: fossa séptica, equipamentos e ferramentas adequados; refeitório e banheiro na lavoura para uso do trabalhador do campo.

A Fazenda também é modelo em outras áreas. Atualmente, são 32 variedades de café nas lavouras experimentais que servem como vitrine tecnológica para os cafeicultores da região. De acordo com o gerente da Fema, Gilmar Cereda, outras ações como distribuição de sementes e mudas de qualidade também são desenvolvidas na Fazenda, além das visitas técnicas ocorridas. “Recebemos anualmente produtores da região e alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas (campus Machado) e do Centro Superior de Ensino Pesquisa e Pesquisa de Machado (Cesep)”, explica.

Fonte: Assessoria de Comunicação EPAMIG

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