Encafé: Mendonça de Barros crê que indústria de café deve ter um respiro a partir de 2021

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A economia brasileira deve começar a crescer com mais firmeza a partir de 2021 e, com isso, a indústria do café será beneficiada, nas projeções do economista José Roberto Mendonça de Barros, da MB Associados. “A projeção é de melhora na expectativa, nas contas públicas, na redução dos custos públicos. E aumento de investimento em infraestrutura, beneficiando a construção civil e reduzindo o desemprego”, afirmou ele em entrevista após discurso no 27º Encontro Nacional da Indústria do Café (Encafé), que ocorre na Ilha de Comandatuba, Bahia. “O café se beneficia diretamente, na veia, de tudo isso.”

Para o economista, é a indústria que deve ter maior respiro a partir de 2021 – embora no ano que vem já possa haver melhora. “A indústria tem uma vantagem: a lavoura ainda tem excesso de produção, então os preços da matéria-prima não devem subir”, destacou. Ele lembrou que a área plantada no País vem aumentando, e que “o plantio em área nova é mais produtivo”. Com a melhora na demanda interna impulsionada pelos avanços na economia e sem pressão do grão, a margem das indústrias aumentaria.

A projeção da MB Associados é que o PIB do Brasil aumente 0,9% em 2019, 1,6% em 2020, 2,8% em 2021 e 3,1% em 2022. Para a agropecuária, a projeção é de alta de 0,9% este ano e 2,0%, 4,2% e 4,2% nos anos seguintes.

Para que o País de fato cresça, Mendonça de Barros alertou que é necessário aprovar as reformas em tramitação no Congresso, principalmente a chamada “PEC Emergencial”, que permite que União, Estados e municípios reduzam salários e jornadas de trabalho de servidores caso se enquadrem nas condições previstas. “São indispensáveis mudanças para que a folha de pagamento do setor público pare de crescer tanto. Tem que controlar, antes de qualquer coisa, esse tipo de gasto. A chave é a PEC emergencial, que precisa ser aprovada rápido”, disse ele durante palestra. Ele também destacou a Reforma da Previdência e mudanças nas leis de infraestrutura.

A reforma tributária, também aguardada com ansiedade por parte do mercado, deve demorar mais, nas projeções de Mendonça de Barros. “Todos sabem que ela é necessária, mas não há consenso no projeto”, afirmou. “Além disso, boa parte dos segmentos agropecuário, de construção e de serviços concordam com a reforma, mas acham que ela vai aumentar sua carga e, por insegurança, são contra. Precisarão ser convencidos para apoiar”, completou, opinando que ele acredita que, no fim das contas, a reforma obterá apoio, mas levará um tempo. “Atrasar um ou dois anos é ruim do ponto de vista de eficiência, de operação, mas não é impeditivo para voltar a crescer.”

Os riscos para a recuperação econômica nacional, na avaliação do economista, são as possibilidades de crise externa e de conflitos políticos que atrasem a agenda legislativa e aumentem a incerteza.

Fonte: Agência Estado (Por Augusto Decker – repórter viajou a convite da Associação Brasileira da Indústria de Café – Abic)

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