Empresas apresentam balanço das certificações em Seminário da OIC

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A Organização Internacional do Café (OIC), dando sequência à rodada de reuniões da 109ª Sessão de seu Conselho, que ocorre esta semana em Londres (ING), realizou um seminário sobre os impactos econômico, social e ambiental dos processos de certificação na cafeicultura. Na oportunidade, Committee on Sustainability Assessment (COSA), Rainforest Alliance, Kraft Foods, Iseal Alliance, African Fine Coffees Association (AFCA), Centro de Estudios Regionales Cafeteros y Empresariales (CRECE) da Colômbia, Indonesian Coffee and Cocoa Research Institute (ICCRI) e, pelo Brasil, Embrapa Café, fizeram apresentações sobre o tema.

Os principais pontos levantados nas abordagens foram consensuais no que diz respeito aos retornos gerados pela certificação, sendo este um importante processo para promover a conscientização e o uso de técnicas de melhoramento contínuo na cadeia produtiva do café. Segundo as explanações realizadas, certificar lavouras e produto é sinônimo de preservação do meio ambiente, melhoria do manejo na utilização da água, aumento da produtividade e da qualidade e melhora das condições de vida dos trabalhadores, com maior acesso à educação e à assistência médica.

Confira, na sequência, os destaques:

Rainforest Alliance — A organização informou que existe um aumento contínuo pela demanda de cafés certificados e que o benefício financeiro líquido para os participantes de seu programa de certificação, atualmente, é de U$$ 0,11 por kg do produto, o que corresponde a US$ 6,60 por saca.

Iseal Alliance — A Aliança apresentou como base de seus princípios a combinação entre valores, normas ambientais e conhecimento científico. Partindo dessa premissa, criou termos de referência sobre melhores práticas de manejo, cuja implantação é feita em consonância com as políticas públicas dos diferentes países onde atua. A Iseal demonstrou apoio à criação e à creditação internacional dos padrões nacionais, como, por exemplo, o Certifica Minas Café, do Brasil.

CRECE — Para o Centro de Estudos colombiano, a durabilidade e a natureza dos impactos dos processos de certificação devem ser mais bem difundidas para proporcionarem resultados em longo prazo, devendo-se, para isso, investir em conhecimento para os participantes da cadeia café. A CRECE frisou a necessidade de haver suporte organizacional para os processos de produção sustentáveis e questionou se as organizações terão capacidade para continuar oferecendo recursos financeiros e assistência técnica aos participantes.

Embrapa Café — No Seminário, o Brasil foi muito bem representado pelo gerente geral da Embrapa Café, Gabriel Bartholo, que apresentou o trabalho da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária no desenvolvimento de processos próprios de certificação, como o programa de Produção Integrada do Café (PIC), que conta com sólida base técnica e científica. Ele falou sobre as modificações estruturais na forma de produção do café e comentou que a certificação não deve ser vista como um fim, mas como um meio.

Bartholo destacou as mudanças no cultivo, no processamento e nas práticas comerciais, concluindo que as novas técnicas de sustentabilidade devem ser desenvolvidas com um sistema de produção que proporcione maior competitividade a seus participantes. Ele apresentou como exemplo de sucesso no Brasil, e que já conta com reconhecimento de algumas entidades internacionais, o Certifica Minas Café, criado na gestão de Silas Brasileiro — atual presidente executivo do CNC — à frente da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.

O gerente salientou, ainda, que, com os processos de certificação e a implementação de sistemas de produção sustentáveis, os produtores vivem a expectativa de melhorar a agregação de valor. Em relação ao comércio e à indústria, Bartholo frisou a necessidade de os produtores garantirem fornecimento de volume e qualidade demandados pelo mercado.

Ao final do Seminário, ficou clara a importância dos diferentes sistemas de certificação no que tange à melhoria dos processos de produção, gestão, preservação do meio ambiente e de condições sociais e de saúde para os trabalhadores. Não obstante, também ficou elucidada a preocupação sobre até quando o mercado poderá oferecer prêmios para os cafés produzidos com sustentabilidade.

Atenciosamente,

Silas Brasileiro – Presidente Executivo do CNC

* Paulo André Colucci Kawasaki (Assessor de comunicação – CNC)

Fonte: CNC

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