Empresa mineira de café vai exportar 1,5 milhão de dólares para a China

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Produto inovador, sachê de café produzido em Minas Gerais será exportado para a China. A empresa Café Fazenda Caeté assinou a venda de um volume de 48 containers do produto, em um prazo de 5 anos. O contrato com distribuidora chinesa tem previsão de gerar 1,5 milhão de dólares, com potencial de ampliação para 3,5 milhões de dólares. “Como toda negociação, foi um processo difícil, mas o fato de ser um produto único facilitou. A China hoje está começando a beber café, e acreditamos que por ser uma população acostumada com o chá, uma bebida mais leve, o nosso produto se adeque e se destaque no mercado”, afirma Fernando Reis, diretor comercial da Café Fazenda Caeté, microempresa sediada em Campo Belo.

Missão na China

Fernando Reis apresenta produto para representante da distribuidora chinesa, durante Feira SIAL China 2017 (Foto: Andressa Borges)

O negócio é um dos frutos da missão de prospecção de negócios para exportadores mineiros na China, com organização do INDI, Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Em maio de 2017, onze empresas mineiras dos setores de alimentos e bebidas participaram das feiras China Import Expo (CIE), na cidade de Kunshan, e SIAL China, em Shanghai. A agenda incluiu ainda visitas técnicas, jantares de networking empresarial e rodadas de negócios, com o objetivo de divulgar os produtos mineiros com potencial exportador a importadores chineses e internacionais. A comitiva mineira contou com o apoio formal do Governo da Província de Jiangsu e do Conselho Chinês para a Promoção do Comércio Internacional (CCPIT).

Especialistas no mercado chinês e em comércio exterior do INDI acompanharam os participantes para auxiliar no fechamento de negócios internacionais. Com atividades preparatórias para o mercado chinês nos meses que antecederam a missão, como a realização de estudos de mercado, workshops e reuniões de preparação com cada empresa mineira, os empresários mineiros chegaram preparados para negociar com importadores e distribuidores de produtos na China. “Esse preparatório foi muito relevante: mostrar o produto, detectar os interessados, estar em contato direto com as pessoas que tem o poder de decisão dentro das empresas chinesas. A inteligência da missão foi realmente importante”, destaca Fernando Reis.

A comitiva mineira recebeu orientações sobre padrões de consumo, registro de marcas e modelos de embalagem antes do embarque à China, pensando estratégias de adaptação do produto ao mercado chinês. “O INDI tem como papel promover a execução de políticas de desenvolvimento que contribuam para o desenvolvimento da competitividade das empresas do estado e para a inovação tecnológica. Assim, o sucesso de empresas como a Fazenda Café Caeté reforça e confirma as ações de promoção de exportação de micro, pequenas e médias empresas, dando a elas acesso a mercados que, até então, não poderiam ser atingidos. A empresa tem um produto adaptado e um interessante projeto de inovação”, afirma Cristiane Serpa, diretora-presidente do INDI.

Café e o mercado chinês

A China é hoje a segunda maior economia mundial, atrás apenas dos Estados Unidos, e o maior parceiro comercial brasileiro desde 2009. Atualmente, o país é um grande consumidor de produtos agropecuários e alimentícios importados. A China tem limitações de recursos naturais, em relação a água potável e disponibilidade de terras aráveis, que impedem o aumento da produção agropecuária. Assim, o progressivo aumento populacional, junto às adversidades naturais, contribui para uma necessidade alta de importação. O aumento da renda familiar chinesa tem levado ainda a uma crescente demanda por alimentos de maior valor agregado. O consumidor chinês procura por produtos diferenciados, inovadores e de qualidade.

É o caso do produto vendido pela empresa Café Fazenda Caeté, resultado de três anos de pesquisa e desenvolvimento. O café torrado e moído, em sachê, pode ser preparado diretamente na xícara, através de infusão com água em ponto de ebulição. Inicialmente pensado para o Brasil, o produto vai passar por uma adequação na embalagem, com foco no mercado chinês. Além da praticidade, é um café que tem preço competitivo em relação a outras monodoses, como as cápsulas. Todo o processo produtivo, do plantio até o produto final, é feito pela empresa mineira.

“O chinês ainda não definiu como vai tomar café. O expresso é prático e a capsula está em alta, mas acreditamos muito no nosso produto na China. O sachê pode ser uma boa alternativa, já que faz parte do costume local”, explica Fernando Reis. Apesar de ser novo no mercado de café, o país pode se tornar um dos grandes mercados mundiais para o produto. Os chineses já consomem, de acordo com a Organização Internacional do Café, cerca de 2 milhões de sacas, com crescimento de 16% ao ano na última década. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, o Brasil exportou 12,3 milhões de dólares em café para a China em 2016.

A empresa Café Fazenda Caeté investe também na sustentabilidade: “produzimos compostos com os dejetos do leite e do café, que voltam para a lavoura como adubo”, conta Fernando Reis. Para continuar o crescimento, o empresário busca agora financiamento para aumentar a produção de energia limpa, além de melhorias na infraestrutura energética da fazenda.

Novos mercados para Minas Gerais

Dando continuidade à política de promoção da exportação, o INDI organiza, em outubro de 2017, uma missão de prospecção de negócios para exportadores mineiros na Europa. As empresas poderão participar da feira de alimentos e bebidas Anuga, em Colonia, Alemanha, e de atividades prospectivas em Amsterdã, Holanda. Toda a missão terá o acompanhamento do INDI. Interessados em participar podem obter informações pelo e-mail [email protected].

Fonte: Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais – INDI

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