Embrapa Café avalia produção de mudas por clonagem em larga escala

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O pesquisador da Embrapa Café Carlos Henrique S. Carvalho está coordenando um estudo inédito na cafeicultura brasileira: o projeto produção de mudas clonais em larga escala de café arábica com resistência ao bicho-mineiro do cafeeiro (Leucoptera coffeella) e à ferrugem (Hemileia vastatrix), boa qualidade de bebida e alta produtividade. O objetivo é avaliar a viabilidade econômica da tecnologia medindo os custos de produção industrial em todo o processo de produção. A iniciativa é realizada em parceria com a Fundação Procafé.

“A previsão é que, no final de 2011, se inicie a distribuição de mudas clonadas aos produtores e cooperativas de Minas Gerais e de outras regiões produtoras, que têm dado grande apoio aos estudos. Após o plantio, a pesquisa entra em outra etapa: a avaliação da adaptação e do comportamento agronômico das plantas selecionadas. A nossa expectativa é de que a produção em larga escala seja vantajosa economicamente para todos os envolvidos na cadeia produtiva, agregando ainda mais valor ao produto”, explica o pesquisador.

Clonagem e suas vantagens – As mudas clonadas de plantas de café são produzidas por meio do uso de biorreatores semelhantes ao equipamento desenvolvido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF), instituição participante do Consórcio Pesquisa Café. O biorreator participa de uma etapa importante no processo de produção de mudas clonais reduzindo o custo de produção e otimizando o processo.

“Um dos grandes benefícios dessa pesquisa é a garantia de produção de mudas de alto valor agronômico, conferindo mais competitividade para o café brasileiro no mercado nacional e internacional. Ao se produzir cafeeiros resistentes a pragas e doenças, o uso de agroquímicos diminui expressivamente, o que tem implicações positivas no equilíbrio do meio ambiente e na saúde do consumidor. Em um contexto de valorização dos preços da commodity e de aumento do consumo no Brasil e no exterior do produto, a produção industrial de mudas de forma sustentável – econômico social e ambientalmente – é promissora. Pode-se dizer que a produção de clones representa uma ferramenta muito valiosa para o processo de melhoramento genético do café e mantém o Brasil na vanguarda das pesquisas cafeeiras”, completa Carlos Henrique.

Segundo o pesquisador, outra vantagem da tecnologia de seleção de plantas matrizes de grande importância agronômica e produção de mudas clonadas é a redução para um terço do tempo convencional no processo de desenvolvimento de cultivares de café arábica, que por outras técnicas chega a atingir cerca de 30 anos para chegar ao campo. “A técnica de reprodução por clonagem é considerada a mais adequada alternativa para a multiplicação de plantas híbridas em larga escala. Em breve, com a validação em larga escala, a multiplicação do material poderá ser feita em biofábricas ou em cooperativas”.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), por demanda do Polo de Excelência do Café (PEC/Café), é uma das instituições que apóiam financeiramente o projeto, além da Fundação de Apoio à Tecnologia Cafeeira (Fundação Procafé), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), CIRAD e do Consórcio Pesquisa Café. A pesquisa também conta com o apoio imprescindível de cooperativas e de produtores de regiões produtoras.

Fonte: Embrapa Café

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