Em mercado volátil, café cai am Nova York e amplia perda no after-hours

Imprimir

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta segunda-feira com quedas, após flutuarem de forma bastante efetiva, tanto no lado positivo como no lado negativo da escala de preços.

A volatilidade esteve relacionada diretamente com o aspecto bastante técnico do mercado, que rompeu várias resistências, se tornando nervoso e cauteloso. No after hours, uma pressão adicional foi exercida no mercado e o contrato de maior liquidez recuou quase 2 centavos de dólar além do verificado no fechamento do intraday.

No encerramento do dia, o julho teve queda de 130 pontos, com a libra a 158,95 centavos, sendo a máxima em 164,10 e a mínima em 156,10 centavos por libra, com o setembro tendo retração de 130 pontos, com a libra a 160,80 centavos, sendo a máxima em 165,45 e a mínima em 158,35 centavos por libra.

Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou queda de 5 dólares, com 1.538 dólares por tonelada, ao passo que o setembro registrou valorização de 2 dólares, com 1.573 dólares por tonelada.

Segundo analistas internacionais, ao longo da primeira parte do dia o café chegou a bater no seu melhor patamar em 27 meses na bolsa norte-americana, com compras relacionadas a aspectos bullish (altistas) técnicos. No entanto, na continuidade da sessão, algumas realizações de lucro se processaram, assim como liquidações de fundos, o que pressionou as cotações.

No after hours, essas vendas se intensificaram e a posição setembro bateu na mínima de 158,35 centavos de dólar por libra. Um operador ressaltou que a tendência é de o mercado se mostrar apreensivo neste início de semana, uma vez que na próxima quinta-feira tem início a notificação da posição julho, o que faz com que muitos players estejam atuando fortemente nas rolagens.

Adicionalmente, após as fortes altas recentes, os fatores técnicos tendem a se mostrar mais sensíveis. "Nesse cenário poderíamos ter uma correção entre 5% e 10% para as cotações, sendo que algum suporte para os preços pode ocorrer com as compras de indústrias de torrefação", observou um trader baseado em Miami.

“Os fundos potencialmente podem comprar outros 15 ou 20 mil contratos e sempre existe o risco de estimularem cobertura de posição de quem não consegue pagar margem.

Por outro lado, se os fundos resolverem devolver, vamos supor, metade do que compraram, podem não verificar liquidez suficiente para que a queda seja suave e seria possível vislumbrar baixas de 10 a 15 centavos de dólar por libra.

Ou seja, o mercado não está para peixe pequeno, assim, toda a cautela é necessária”, apontou Rodrigo Costa, analista de softs da Archer Consulting. Além dos aspectos técnicos, o mercado continua bastante focado na pequena disponibilidade de cafés suaves de alta qualidade.

Traders estão focados na safra nova do Brasil. Alguns operadores apontam que apenas 10% da produção de arábica do país poderia substituir grãos de qualidade, como os lavados da América Central e Colômbia. A safra 2010/2011 do Brasil já teve 38% de seu total colhido, até o dia 16 de junho, de acordo com a consultoria agrícola Safras & Mercado. Para a empresa, o país deve produzir neste ano um volume de 54,6 milhões de sacas. Do total avaliado, a safra de arábica, estimada pela Safras em 41,5 milhões de sacas, teve, até a referida data, um montante de 26% colhido. A consultoria apontou que a safra de arábica passou a ser colhida mais cedo neste ano.

Para o café conillon, que tem seu processo de colheita começando mais cedo, 75% dos 13,3 milhões de sacas esperados pela empresa já estariam recolhidos aos armazéns. As exportações de café do Brasil em junho, até o dia 18, somaram 859.196 sacas, contra 1.193.513 embarcadas no mesmo período de maio, apontou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 1.505 sacas, indo para 2.250.240 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 30.479 lotes, com as opções tendo 3.442 calls e 4.985 puts.

Tecnicamente, o julho tem uma resistência no patamar de 164,10, 164,50, 164,75, 165,00, 165,50, 166,00, 166,50 e 167,00 centavos por libra peso, com o suporte se localizando em 156,10-156,00, 155,50, 155,00, 154,50, 154,10-154,00, 153,50 e 153,00 centavos por libra.

Fonte: Agencia Dow Jones e Agnocafe

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *