Em dia negro para mercados, café tem forte baixa na ICE

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Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US despencaram nesta quinta-feira, em mais um dia caracterizado por vendas especulativas e também de grandes fundos. Com os mercados externos se mostrando fortemente pressionados, com muitos operadores se retirando de segmentos de maior risco, o que se verificou foi uma reação negativa em diversos mercados, como de commodities agrícolas, grãos, petróleo, entre outros.

Ao longo do dia, o petróleo teve perda de mais de 5%, ao passo que as bolsas de valores nos Estados Unidos recuaram mais de 3% e o índice CRB, que é um indicador que sinaliza a média das variações das 14 principais matérias-primas do mercado, fechou o dia com perda de 2,59%, a maior queda em três meses.

Em meio a essa avalanche de indicadores negativos, o café não resistiu e também sofreu perdas consideráveis. O primeiro suporte, em 240,00 centavos por libra, foi facilmente rompido logo pela manhã, o que deu espaço para que stops de venda fossem acionados e o encerramento do dia se desse no menor patamar desde 14 de janeiro. Tecnicamente, o mercado continua demonstrando sua fragilidade.

Ao não conseguir se posicionar acima das médias móveis mais básicas, de curto prazo, nos últimos dias, quando tentava uma correção, o café, tão logo sofreu com uma ação de venda mais forte, não resistiu e passou a registrar baixas consideráveis. Fundamentalmente, o mercado está, novamente, de olho nos termômetros no Brasil. Nesta quinta-feira, algumas regiões cafeeiras de São Paulo registraram geadas, ainda que de pequena intensidade.

O frio deve ser mantido nesta sexta-feira, sendo que institutos meteorológicos prevêem temperaturas muito baixas em áreas como o sul de Minas Gerais e centro-oeste paulista. No encerramento do dia, o setembro em Nova Iorque teve queda de 605 pontos com 235,85 centavos, sendo a máxima em 243,10 e a mínima em 234,75 centavos por libra, com o dezembro registrando oscilação negativa de 575 pontos, com a libra a 239,75 centavos, sendo a máxima em 246,50 e a mínima em 238,65 centavos por libra.

Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição setembro registrou queda de 49 dólares, com 2.045 dólares por tonelada, com o novembro tendo desvalorização de 50 dólares, com 2.076 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado pela pressão vendedora constante. As commodities, como um todo, recuaram seguindo a tendência de “rebanho”, ou seja, com algumas vendas dando suporte para outras e outras liquidações.

As bolsas de valores se mostraram extremamente pressionadas, num quadro desanimador para os players que trabalham, desde a crise, perseguindo um cenário de recuperação. O mercado macro recuou refletindo as preocupações com o crescimento econômico global e com o cenário de dívidas dos Estados Unidos e da Europa derrubaram. No Velho Continente, por exemplo, o índice de ações de bolsa atingiu o menor patamar desde 2009.

“Nesse momento, a tendência sempre é, como regra, a migração para setores mais defensivos, como o setor de utilities, ou seja, de serviços básicos, que tem fluxo de caixa mais estáveis, mais previsíveis”, observou o operador da corretora BGC Liquidez, Leonardo Bardese. “Diante de um quadro tão negativo, o café foi guiado para baixo, mais uma vez.

É importante lembrarmos que o grão conseguiu acumular gorduras importantes nos meses anteriores e que, mesmo com toda a pressão de vendas que tivemos recentemente, ainda estamos trabalhando num nível de preços bastante razoável”, disse um trader. As exportações de café de Uganda, segundo maior produtor da África, subiram 41% em julho, superando a previsão inicial, informou a Autoridade para o Desenvolvimento do Café de Uganda.

As remessas internacionais do grão ascenderam para 375.843 sacas, contra as 266.215 sacas do mesmo período do ano anterior. A nação do leste africano tinha previsão de realizar em julho o embarque de 320 mil sacas, na avaliação da Autoridade. Uma boa colheita de café no sul e no oeste do país contribuiu para o aumento dessa projeção.

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 4.360 sacas indo para 1.525.063 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 28.097 lotes, com as opções tendo 5.204 calls e 2.285 puts.

Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 243,10, 243,50, 244,00, 244,50, 244,90-245,00, 245,50, 246,00, 246,50, 247,00, 247,50 e 248,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 234,75, 234,50, 234,00, 233,50, 233,00, 232,50, 232,00, 231,50, 231,00, 230,50, 230,10-230,00 e 229,50 centavos por libra.

Fonte: AgnoCafe

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