Dificuldade para obter crédito atrasa compra de insumos para a próxima safra de café

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Apesar de mais de 90% da colheita de café no Cerrado mineiro já ter sido realizada, metade dos produtores da região de Patrocínio ainda não finalizou a compra dos insumos para a próxima safra, o que pode prejudicar a produtividade das lavouras. O atraso deve aumentar o custo de produção e pode prejudicar o desenvolvimento sa nova safra.

 

O produtor Kássio Fonseca já encerrou a colheita da temporada passada e está preocupado com o planejamento da próxima.  A compra dos insumos foi finalizada há poucos dias, com quase dois meses de atraso em relação ao ano passado, resultando em um gasto 20% maior com inseticidas e de 35% com adubo.

– Quando nós começamos a colher, nós vimos que iria ter uma perda na produtividade. Isso nos preocupou e nós fomos atrasando um pouco as compras para saber quando ia fechar a colheita e qual seria o tamanho da perda. Depois, nós ficamos preocupados onde buscar o recurso, porque algumas linhas de créditos foram restritas e os juros tiveram aumento. E depois veio o aumento do dólar e nós ficamos sem saber qual era a hora certa de comprar, se o dólar iria aumentar ou diminuir – disse.

Segundo o presidente da Associação dos Cafeicultores de Patrocínio (Acarpa), Marcelo Queiroz, mais de 400 produtores da região ainda não finalizaram as compras para a próxima safra.

– Se você não fizer um bom manejo, uma boa adubação, certamente você terá perda de peso, diminuição dos grãos e talvez até um abortamento dos "chumbinhos". Então é importante lembrar que esse trato deve ser feito no momento correto – afirmou.

Queiroz disse que a alta do dólar e a dificuldade de acessar o crédito rural são os principais responsáveis pelo atraso da compra dos insumos.

– Os insumos subiram bastante e o produtor esperou para ver se o preço do produto acompanha, porque nosso produto também é cotado em dólar e a gente tinha uma expectativa que o preço pudesse melhorar. Nós precisamos efetivamente de crédito liberado, porque o café é dinâmico, nós terminamos uma colheita e precisamos pensar no preparo para o próximo ano, precisamos iniciar calagem, adubação e os tratos culturais – afirmou. 

Fonte: Canal Rural

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