Desvalorização do café é resultado da macroeconômica internacional, diz analista de mercado

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A baixa cotação do café em alguns mercados, registrada nesta segunda, dia 4, contrariou a tendência que seria de valorização por causa das geadas. Em Londres foi registrada queda, no Brasil também.

De acordo com o analista de mercado da Agência Safras, Maurício Muruci, o que prevaleceu para fechar o preço do grão não foi a questão do frio e da geada, mas sim os fundamentos da macroeconomia internacional.

– Ontem nós tivemos ausência do principal referencial na formação dos preços do café, que é a bolsa de Nova York, que estava fechada. Porém, sobre a questão da geada, apesar de não terem acontecido efetivos danos aos grãos do café, os preços já foram precificados previamente pela questão do risco, isso desde a semana anterior. A geada não é uma novidade impactante no mercado, tanto que essa tendência contrária nos preços do café, de desvalorização, refere-se à questão de informações da conjuntura macroeconômica internacional na China e na Europa, com desaceleração industrial, tanto na China quanto na Alemanha, que estão entre os principais produtores – disse Muruci.

Segundo ele, essa desaceleração nos números da indústria provocou uma maior aversão ao risco por parte dos grandes fundos, que por sua vez saíram dos cenários das commodities e migraram para ativos mais seguros, por isso houve uma tendência de desvalorização.

O fechamento da bolsa de Nova York nessa segunda, por um feriado nos Estados Unidos, diminuiu o número de negócios nas bolsas de valores, por isso, acredita Muruci, o que prevaleceu foi mais uma questão psicológica. Para esta terça, dia 5, ele crê que deva haver um equilíbrio de forças. Tanto as conjunturas macroeconômicas como a geada podem interferir na cotação do café.

– De maneira geral, vai haver um equilíbrio de forças. No mercado interno, a tendência é que a questão da geada continue muito forte no âmbito psicológico. Porém, se a bolsa de Nova York devolver muito, se focar muito na conjuntura externa, a tendência é que o café também devolva. Então, de maneira geral, haverá um equilíbrio de forças – observou o analista.

Para os próximos dias, Muruci orienta que os produtores tomem cuidado com as volatilidades do mercado no curto prazo.

– Aconselho a tomar muito cuidado com as volatilidades do mercado a curto prazo. Porque a curto prazo está muito volátil. Embora, a médio e longo prazo haja uma tendência de força e consolidação dos preços – concluiu Muruci.

Assista ao comentário completo de Maurício Muruci no programa Mercado & Companhia:

Fonte: Canal Rural

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