Demanda e dólar mais caro elevaram preços ao produtor, diz IBGE

Imprimir

A valorização do dólar e o aumento da demanda levaram o Índice de Preços ao Produtor (IPP) a subir 1,5% na passagem de dezembro de 2013 para janeiro de 2014. A avaliação é do gerente do IPP, Alexandre Pessoa Brandão.

Essa foi a segunda maior variação do indicador desde o início da série histórica, em janeiro de 2010. A alta de janeiro deste ano só não foi maior que a de maio de 2012, quando o índice subiu 1,69%.

De acordo com Brandão, o aumento de demanda e a variação cambial, com alta de 1,58% do dólar ante o real, entre o fim de 2013 e o começo deste ano, tiveram influência direta em setores como refino de petróleo e produtos de álcool e outros produtos químicos, que subiram 4,51% e 2,09%, respectivamente. Juntas, as atividades têm peso de cerca de 22,5% no indicador, e contribuíram com quase 50% da taxa do IPP de janeiro, ou 0,73 ponto percentual.

Dentro do setor de petróleo e produtos de álcool, o IBGE observou pressão de preços em itens como álcool, naftas para petroquímica e querosenes de aviação.

“Estamos num período de fim de safra da cana-de-açúcar e isso influencia os preços. Já o preço do querosene e da nafta sobe por causa da valorização do dólar e da demanda que continua crescendo em todo o mundo”, disse Brandão. “O aumento no preço da nafta também tem repercussão nos preços de outros produtos químicos”, acrescentou o especialista.

Outro setor que pressionou o IPP foi metalurgia, com elevação de 4,26% em janeiro, ante o mês anterior. O IBGE apurou alta em lingotes, blocos, tarugos, placas de aço e carbono, e alumínio.

“Observamos na alta da atividade de metalurgia um movimento generalizado de aumento de preços. Não foi algo que ocorreu com uma empresa ou com um produto, mas com todo o setor. Acreditamos que, em janeiro, houve reposição de margens. As empresas acreditaram que havia espaço para aumentar preços”, disse ele.

Já alimentos, setor de maior peso no IPP, com cerca de 20%, caiu 1,25% em janeiro. O setor vinha de seguidas altas em razão da valorização do dólar. Segundo o IBGE, derivados da soja, carnes bovinas e leite esterilizado ajudaram a reduzir o IPP de alimentos. “Há grande oferta de soja e leite no mercado, reduzindo os preços. No mercado de carnes, a demanda está menor”, disse Brandão.

Fonte: Valor Econômico

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *