Degustação, cuidados na colheita e pós-colheita do café estão entre temas de curso para cafeicultores de Jacuí (MG)

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Todo cafeicultor, seja ele grande, médio ou da agricultura familiar, precisa ficar atento aos processos da atividade que exerce se quiser agregar qualidade e valor ao café que produz. Neste sentido, ele precisa ampliar seus conhecimentos e se empenhar nos cuidados da colheita e pós-colheita do seu produto, aprendendo a observar o mercado e as tendências, além de saber da importância da classificação e dos indicadores de qualidade, torra, moagem, análise sensorial e degustação.

É o que propõe o curso “Trabalhador da Cultura do Café/Classificação e Degustação”, que vai abordar esses conteúdos a partir da próxima semana. O treinamento, que vai de 31 de agosto a 4 de setembro, será realizado no município de Jacuí, Sul de Minas. A capacitação, que terá um total de 40 aulas, é destinada a nove cafeicultores familiares, já inscritos, e vai acontecer de 8h às 17 horas, na Fazenda São José de Jacuí.

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), atende esses agricultores e é parceira na iniciativa. O evento será promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e outras instituições, entre elas, o Sindicato Rural de Jacuí e a Faemg.

O agricultor familiar Iraci Naves Rezende é um dos que vai participar da capacitação e está cheio de boas expectativas. E tem motivos. Ele já começa a se planejar para comercializar sua produção de café, diretamente para o consumidor final.

“Conhecimento nunca é demais e é um meio de sabermos o que temos em mãos na hora de negociar. Estou me preparando para aprender a processar o café com qualidade e preciso saber embalar, colocar marca e nome”, explica.

Essa será a primeira vez que Naves vai participar de um curso relacionado a cafeicultura. Segundo ele, sua propriedade, onde vive e trabalha, tem entre 30 a 40 hectares, sendo que cerca de 20 hectares são dedicados ao plantio de café. A produção para este ano está estimada entre 600 a 800 sacas, conforme o cafeicultor.

Cuidados com a Covid-19

Em função da pandemia provocada pelo novo coronavírus, os organizadores estão tomando todas as medidas sanitárias de prevenção à Covid-19. Entre elas, o limite de apenas dez participantes, incluindo aí o instrutor; local arejado (galpão) para as aulas; mesas e cadeiras separadas com no mínimo dois metros de distância entre uma e outra; álcool gel disponível; pano com água sanitária para limpar os calçados e a obrigatoriedade do uso de máscara.

Cafés de qualidade

Localizado na principal região produtora de café do estado, Jacuí tem tradição na produção de cafés de qualidade. Em 2008, por exemplo, o café produzido pelo cafeicultor Francisco Luiz da Costa, da Fazenda Santana, foi o grande campeão do Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais.

O concurso é promovido pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Seapa e Emater-MG, em parceria com outras instituições. “No leilão do concurso, o lote de 20 sacas foi vendido por R$1.03 mil a saca. Valor muito expressivo na época”, destaca o agrônomo da Emater-MG, Gastão Goulart.

A cafeicultura é a principal atividade no meio rural do município, seguida pela pecuária leiteira. A produção alcança 101,5 mil sacas de café por ano, sendo 94% oriunda da agricultura familiar. A área de plantio ocupa 3,5 mil hectares.

Fonte: Ascom Emater-MG