Custos da cafeicultura sobem 3,91% em 2014 devido a reajuste salarial

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Os custos de produção para o cafeicultor tiveram um aumento médio de 3,91% só nos dois primeiros meses deste ano, em consequência dos reajustes salariais praticados pelo setor, de acordo com o boletim “Ativos do Café”, o primeiro de 2014, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA).

Essa elevação nos custos afetou de forma diferenciada as duas espécies de café produzidas no país. No caso do café arábica, o custo subiu 3,42% e, em relação ao tipo conilon (robusta), o aumento foi ainda maior, de 5,66%.

O estudo mostra que, ao mesmo tempo, houve uma recuperação nos preços pagos ao cafeicultor, “após um período de queda nas cotações em razão da forte estiagem que se abateu sobre as regiões produtoras nos últimos meses de 2013 e no primeiro trimestre de 2014”. O melhor desempenho dos preços de comercialização aconteceu com o café arábica, com reajuste de 81,29% desde o começo do ano até março, para o valor de R$ 396,02 a saca de 60 quilos. Para o café conilon, o aumento no preço da saca foi menos expressivo, 24,41%, totalizando R$ 241,73.

O aumento médio no Custo Operacional do Café (COE), diretamente relacionado com os reajustes salariais, para o café arábica, chegou a 2,72%. Mas ocorreram oscilações nos custos enfrentados pelos cafeicultores devido à maior ou menor modernização do sistema produtivo. No caso de Manhumirim (MG), por exemplo, o COE subiu 4,11%. Já em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, o aumento nos custos foi bem menor, 1,09%, isso porque na região a lavoura de café está totalmente mecanizada.

No que diz respeito ao café conilon, o peso do aumento dos salários no COE alcançou 3,47%. O maior percentual foi observado em Jaguaré, no Espírito Santo, elevação de 6,14%, índice influenciado também pelo aumento nos custos do cafeicultor com insumos agrícolas e mecanização. Em comparação às demais regiões produtoras de café conilon, diz o estudo, os aumentos salariais apresentaram impacto menor na formação do COE (3,08%).

Fonte: Valor Econômico (Fernanda Pressinott)

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