Cresce oferta de café no Sul de Minas

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Depois de um período em que produtores seguraram café por conta dos preços baixos, o volume de produto ofertado aumentou nas últimas semanas, principalmente no Sul de Minas, umas das maiores regiões produtoras do país. De acordo com Felipe Alvarenga, da VCC Varginha Comissária de Café, há um volume acima do normal de café para ser comercializado, principalmente de “bebida rio”, de menor qualidade.

As chuvas na região em junho atingiram o café na fase “cereja”, pronto para ser colhido, diz Lúcio Dias, superintendente comercial da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé). Conforme Dias, as chuvas possibilitaram a disseminação do fungo fusarium, causando fermentação e estragos. O clima mais úmido que no ano passado prejudicou a qualidade do café especialmente nas regiões montanhosas de Minas, segundo Dias.

Diante desse cenário, a estimativa é que a produção de café fino para melhor será de apenas 45% da safra dessas regiões montanhosas no Sul mineiro, ante um índice usual de 85%, segundo Dias. Em outras regiões em que a Cooxupé atua, como no Cerrado Mineiro e o Vale do Rio Pardo (SP), não houve tantos problemas com a qualidade, segundo o superintendente da cooperativa.

Entretanto, o café colhido nessas regiões é menor que o normal. “Não sabemos ainda o que aconteceu”, afirmou. Nesta safra, apenas de 23% a 25% dos grãos apresentam peneira “17 acima” (grãos mais graúdos), ante um percentual tradicional de 35%, afirma ele.

Dias estima também que o produtor, por estar desanimado com o mercado, entregou mais café em julho e agosto do que no mesmo período em anos anteriores.

A grande disponibilidade de café rio no mercado fez o preço recuar cerca de R$ 25 por saca em uma semana na praça de Varginha, segundo Alvarenga, da VCC, caindo de R$ 240 para R$ 215. Já o café de melhor qualidade (bebida dura) está entre R$ 285 e R$ 295 por saca.

Com a queda da cotação do café arábica bebida rio, o produto está mais barato até que o robusta, variedade de pior qualidade. Segundo Dias, da Cooxupé, isso aumenta a demanda pelo produto para exportação a mercados como o Leste Europeu.

Cooperativas e corretoras confirmam que o produtor está segurando o café de melhor qualidade, à espera de preços melhores ou para entregar o grão ao governo nos leilões de opções de venda, cujo edital deverá sair nesta semana.

Fonte: Valor Econômico (Carine Ferreira)

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