Costa Rica certifica 1º café carbono neutro do mundo

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O café Dota, produzido pela Cooperativa de Cafeicultores de Dota (Coopedota), nas montanhas do sul de San José, provou ser neutro em emissões de carbono depois de uma série de modificações em seu processo produtivo, explicou a engenheira agrônoma, Hortensia Solís. No total, a Coopedota é responsável pela emissão de 1.800 toneladas anuais de carbono na produção de seu café verde de exportação, e de 69 toneladas por seu café para consumo local, disse ela.

Para alcançar a certificação, foi incluída a redução no uso da água, a reutilização de resíduos e do uso de energia, entre outras coisas. Por exemplo, citou Solís, foi reduzido em 95% o uso de lenha ao trocá-la por galhos e cascas de café e em quase 50% no consumo de eletricidade em seu processo produtivo, enquanto que o consumo de água no beneficiamento do grão passou de um para 0,20 metros cúbicos por saca de 46 quilos.

A cooperativa tomou a decisão de reduzir suas emissões não somente como um elemento diferenciador de seus produtos, mas também, para contribuir com a meta da Costa Rica de se converter no primeiro país carbono neutro do mundo em 2021.

"37% das emissões totais da Costa Rica são provenientes do setor agropecuário e 10% da produção de café", disse ela.

O chanceler costa-riquenho, René Castro, celebrou o lançamento do café carbono neutro como uma amostra do que chamou de "eco-diplomacia". Para ele, o café da região de Dota "já tem grande prestígio por sua qualidade, mas terá um distintivo adicional", de forma que deveria ser "premiado" pelo mercado com melhores preços.

Solís explicou que, diferentemente do café orgânico, o café carbono neutro usa fertilizantes e insumos agrícolas, mas de maneira controlada e, sobretudo, onde é responsável pelas emissões derivadas de todo o ciclo de vida do produto.

A Coopedota, fundada em 1960, agrupa hoje 800 produtores e tem uma produção média de 65.000 sacas de 46 quilos, que é reconhecido como um dos melhores cafés do mundo, com 90% de seu café é vendido nos Estados Unidos, Japão e Alemanha.

A reportagem é a agência EFE, traduzida e adaptada pela Equipe CaféPoint.

Fonte: CaféPoint

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