Copa do Mundo pode prejudicar produtores de café no Brasil

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A Copa do Mundo vai ocorrer em um período inoportuno para a indústria de café do Brasil. O evento, que acontece entre 12 de junho e 13 de julho, coincide com o pico da colheita no país, e muitos produtores e torrefadoras estão alterando seus cronogramas para evitar atrasos nos embarques.

"No Brasil, Copa do Mundo é sinônimo de feriado nacional. Então, toda vez que temos um jogo do Brasil, temos um feriado nacional", disse o produtor Henrique Sloper de Araújo, vice-presidente da Associação Brasileira de Cafés Especiais.

Algumas empresas do setor estão aconselhando clientes a evitar visitas a propriedades durante o evento por causa dos preços elevados de passagens aéreas, congestionamentos e outros incômodos previstos. Essas viagens de torrefadoras, conhecidas no setor como "origem", representam importantes oportunidades de negócio.

É provável que muitos trabalhadores façam uma pausa para ver a seleção brasileira jogar, mas ainda é cedo para saber se isso atrasará a colheita ou os embarques. Mesmo assim, como o Brasil é conhecido por seus gargalos no transporte, alguns compradores preferem não correr riscos.

Vincent Iatesta, presidente da Ceremony Coffee Roasters, de Annapolis, em Maryland, pretende garantir que suas compras de café brasileiro sejam entregues antes da Copa do Mundo. "A incerteza representa risco", disse.

Gustavo Moretti, da trading suíça Ecom Agroindustrial Corporation, disse que está aconselhando clientes a adiar suas visitas. "Ninguém quer ficar no aeroporto por quatro ou cinco horas", afirmou.

Quanto aos funcionários, Moretti disse que, em dias de jogos do Brasil, alguns poderão trabalhar em esquema de meio expediente. "Quando o Brasil joga, costumamos tirar metade do dia de folga e assistimos ao jogo no escritório. Não tiramos todo o dia".

Paulo Martins, representante da Cooxupé, disse que a cooperativa está considerando liberar os funcionários mais cedo em dias de jogos do Brasil. A Cooxupé é a maior cooperativa de café do País e responde por cerca de 10% da produção nacional.

Mesmo assim, é provável que esses funcionários tenham de compensar as horas perdidas. "Se necessário, funcionaremos 24 horas por dia", disse. "Não há cláusula de Copa do Mundo em nossos contratos".

Fonte: Agência Estado via Olhar Direto

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