Cooxupé pode revisar recebimento

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A Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) pode rever para baixo, nos próximos meses, sua previsão de recebimento de 5,8 milhões de sacas de café arábica neste ano. Em 2016, quando a safra teve bienalidade positiva, a cooperativa mineira, que é a maior de café do mundo, recebeu 6,2 milhões de sacas de café, tanto de cooperados quanto não cooperados.

A possível revisão veio à tona após visita técnica, na semana passada, às regiões sul de Minas Gerais, Cerrado Mineiro e Mogiana paulista, importantes áreas produtoras de café arábica do país, para avaliar as condições da safra 2017/18, da qual fez parte o superintendente comercial da Cooxupé, Lúcio Dias.

Em entrevista ao Valor, ele disse que, com base nas condições vistas nessas regiões, a produção de café arábica no país deve ficar entre 35 milhões e 38 milhões de sacas na safra 2017/18. No ciclo anterior, havia ficado entre 43 milhões e 45 milhões de sacas, observou.

Inicialmente, a Cooxupé estimou uma queda de 17% na produção em sua área de atuação – sul de Minas, Cerrado Mineiro e Vale do Rio Pardo – nesta safra, que começa a ser colhida em maio. No ciclo 2016/17, a região produziu 20 milhões de sacas. Dias admitiu que a queda pode ser maior, o que afetaria também a estimativa de recebimento de 5,8 milhões de sacas pela Cooxupé. “Pode ser um pouco menos diante do que vier da safra”, disse, em referência ao volume de café que deve ser entregue na cooperativa.

A Cooxupé fará em março a segunda estimativa de safra de café em sua área de atuação.

Afora a bienalidade negativa da atual safra, outros fatores devem afetar o tamanho da colheita. De acordo com Dias, houve poda de café, produtores fazendo “safra zero” e algumas regiões foram afetadas por problemas climáticos, como as geadas em meados do ano passado.

Assim como ocorreu em 2016, o executivo avalia que a demanda doméstica por café deve continuar firme. Em 2016, diante da quebra da safra de café conilon – em decorrência principalmente da seca no Espírito Santo -, a Cooxupé acabou ampliando as vendas no mercado interno e reduziu suas exportações.

Foram 1,8 milhão de sacas de café comercializadas internamente, 400 mil a mais que em 2015. Já as exportações da Cooxupé caíram para 3,9 milhões de sacas em 2016, ante 4,2 milhões de sacas no anterior.

A cooperativa, que faturou R$ 4 bilhões em 2015, mantém o objetivo de voltar aos níveis de 4,2 milhões de sacas de café na exportação este ano. Para o mercado doméstico, estima vendas de 1,7 milhão de sacas. Mas Dias não descartou a possibilidade de a meta de exportação não ser alcançada. Ponderou, no entanto, que a Cooxupé tem estoques remanescentes de café para comercialização.

Fonte: Valor Econômico (Por Alda do Amaral Rocha)

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