Cooperativismo sustenta o avanço da produção brasileira de café

Imprimir
Filho de cafeicultor cooperado, o produtor Afonso Ferreira da Silva segue na atividade e mantém a tradição familiar. Desde 2002, ele faz parte da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé, mais conhecida como Cooxupé. Nos 20 hectares do Sítio Santa Terezinha, localizado em Caconde (SP), ele produz leite e café. Ambas atividades são apoiadas pelas iniciativas da Cooxupé em benefício dos cerca de 14.500 cooperados no Sul de Minas, Cerrado Mineiro e Vale do Rio Pardo.

Após décadas de relação entre o negócio familiar e a cooperativa, o produtor garante que são muitos os benefícios de ser cooperado. Mas, para Ferreira da Silva, a falta de risco na comercialização do café é o ponto mais importante. “Sabemos que colocando o café na cooperativa conseguimos vender, também vendemos quando a gente quer e, nem que seja por um preço baixo, sabemos que vamos receber”, diz o cafeicultor.

Venda garantida

Isso acontece porque a Cooxupé oferece liquidez diária, ou seja, o produtor pode vender o seu café todos os dias, em qualquer quantidade e no momento que considerar ideal. Além da segurança na venda da commodity, Ferreira da Silva também reconhece o suporte que os produtores recebem para continuar investindo na produção com qualidade e sustentabilidade. “No ano passado, eu comprei um secador por intermédio da cooperativa e consegui pagar em três anos”, conta o produtor.

Café do cooperado

Desde criança acompanhando a produção de café dos pais, o cafeicultor Donizetti da Silva, que cultiva 10 hectares em São Pedro (SP), entrou para o grupo de cooperados em 2016. Desde então, ele já aproveitou algumas das vantagens de ser cooperado, como o financiamento de máquinas e a venda facilitada de café.

“Tem bastante benefício na Cooxupé, o meu pai sempre foi cooperado e eu entrei há dois anos”, diz Silva. Para o associado, a facilidade de venda também é a principal vantagem. “Fica mais fácil comercializar. Na hora que a gente acha que o preço está bom travamos os valores”, explica o cafeicultor.

Serviços exclusivos

O cafeicultor Marlos Antônio de Faria, que cultiva seis hectares em São Pedro (SP), também produz café em conjunto com a família. Cooperado da Cooxupé há dois anos, ele conta que sem o apoio da cooperativa, seria difícil permanecer na atividade. “Nós não teríamos onde estocar o café e nem a garantia de que vamos vender e pegar o dinheiro na hora”, diz Faria. “Se dependêssemos só do mercado não ia ser assim.”

Assistência técnica

Outro ponto bastante valorizado pelos produtores é a assistência técnica fornecida pela cooperativa. Com esse serviço, os cafeicultores conseguem fazer análise de solo e receber um diagnóstico correto sobre a situação das lavouras. Para Donizetti da Silva, a equipe de agrônomos é um diferencial importante para a produção de café de qualidade. “A assistência técnica ajuda bastante o negócio. Quando a gente precisa, os agrônomos nos dão auxílio”, conta Silva.

Produção de leite

Na propriedade de Caconde (SP), as 50 vacas da raça holandesa em lactação são mais rentáveis que a produção de café. De acordo com Ferreira da Silva, 75% do faturamento vem do leite. Embora a Cooxupé seja reconhecida pela atuação na cafeicultura, a cooperativa também atua em outras culturas da agropecuária e também colabora com a pecuária de leite do Sítio Santa Terezinha. “Eu compro sal mineral e farelo de soja da cooperativa com desconto, 30 dias de prazo para pagar, sem juros e sem pagar frete”, conta Ferreira da Silva. “É uma boa economia, no fim do mês faz diferença.”

O papel da Cooxupé

De acordo com José Eduardo Santos Júnior, superintendente desenvolvimento cooperado da Cooxupé, o diferencial da entidade é a preocupação com os seus membros. “Fazemos de tudo para fornecer todos os tipos de serviço e comodidade, tudo aquilo que ele precisa para produzir bem, com qualidade e sustentabilidade”, diz Júnior. “O cooperado é o nosso coração, nosso pulmão e o nosso cérebro. Mais de 80% dos produtores são pequenos produtores, somos uma grande cooperativa de pequenos produtores.”

Para Júnior, a grande vantagem da entidade para os seus cooperados é que eles conseguem encontrar tudo em um só lugar. “Sem a cooperativa, eu não quero dizer que o produtor não conseguiria, mas ele ia ter um mundo totalmente diferente”, diz o superintendente. “Tudo aquilo que ele encontra aqui, como financiamento, liquidez diária, armazenamento e assistência técnica, ele precisaria sair procurando no mercado.”

Como entrar para a cooperativa?

Entrar para o time de cooperados exige uma análise criteriosa. O superintendente da cooperativa conta que são avaliados vários pontos, como tipo de produção, área e a localização da propriedade, além da conduta ética do produtor rural. “Fazemos uma análise bem completa e complexa”, diz Júnior.

O cafeicultor que tiver interesse em se tornar associado deve entrar em contato com a Cooxupé para o envio das informações exigidas e aguardar a avaliação. “Todo o produtor de café de boa índole, de boa capacidade produtiva e que tiver interesse em se tornar um cooperado deve enviar uma proposta para a cooperativa”, diz o superintendente desenvolvimento cooperado da Cooxupé.

Fonte: SF Agro | Farming Brasil (Por Naiara Araújo)

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *