Cooperativa cria moeda virtual para facilitar operações cafeeiras no Sul de Minas

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Trocar café por mercadorias é comum em muitas cooperativas. Já pagar com o valor atualizado do café em tempo real, não. Essa novidade é a promessa da “Coffee Coin”, uma moeda criada pela Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Varginha (MG) – Minasul para facilitar as operações cafeeiras. Criada de forma experimental em agosto do ano passado, a moeda pretende dar novos passos em 2021 para possibilitar trocas fora da cooperativa.

Cada unidade de moeda virtual vale um quilo de café. O dinheiro pode ser usado para a compra de fertilizantes, máquinas ou outros produtos agrícolas. O uso da moeda ainda está restrito aos associados.

O diretor de novos negócios da Minasul, Luiz Henrique Albinati afirmou que a moeda virtual foi criada para facilitar as transações dos cooperados com a cooperativa. Ela é atualizada monetariamente pelo valor da saca de café.

“Ela possibilita fazer compras diversas na cooperativa sem que o cooperado precise vender ou disponibilizar no mercado seu café estocado. Ele pode fazer a venda direta, convertendo o café em moeda interna para trocar por produtos”, contou.

As cooperativas costumam utilizar o “barter”, que nada mais é do que uma troca direta de café por produtos. Porém, a moeda virtual é um instrumento intermediário entre o café e o produto adquirido que pode sofrer valorização. O instrumento também é totalmente digital, sem burocracia e sem a necessidade de contrato como acontece nas trocas convencionais.

Luiz explicou que a “Coffee Coin” é a transformação do ativo café em um ativo monetário que possibilite negociações em todos os níveis de valores. Ele conta que a moeda começou em agosto de 2020 de forma interna na cooperativa.

“Começou em agosto de 2020 como teste na troca de produtos das nossas lojas por café dos nossos cooperados. Tudo em uma relação monetizada e corrigida diariamente pela bolsa de Nova York. O cooperado, nosso associado, poderia trocar nas vendas à vista em nossas lojas, o café que ele tem depositado no produto que ele quisesse adquirir. Então, a conversão é feita de forma a monetizar o café do cooperado”, explicou.

Funcionamento
A “Coffee Coin” é lastreada em café, ou seja, é como se a moeda continuasse ligada à saca de café e sofresse todas as alterações de preços dessa saca. Luiz explica que a expectativa quanto à nova moeda, é que ela se torne cada vez mais forte.

“A expectativa com essa criação é que nós tenhamos uma meda forte, lastreada em café e que ela seja uma moeda virtual, porém atrelada a um ativo real, que é o caso do café”, afirmou.

Após a fase de testes, 2021 promete uma expansão. O diretor de novos negócios conta que o próximo passo que será dado é fazer a moeda ser utilizada fora do universo café.

“Que tenha valor de mercado e que possa ser comercializada tanto na troca de café, na troca de produtos e como outras moedas virtuais existentes. Os planos para 2021 é que essa moeda extrapole o mercado interno nosso e passe a fazer parte de várias transações financeiras e comerciais que envolvem o negócio café. E, principalmente, que envolvam as necessidades dos nossos cooperados”, finalizou.

Fonte: G1 Sul de Minas (Por Jonatam Marinho)