Cooparaiso mobiliza lideranças em apoio ao produtor de café

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De um lado milhares de produtores que estão iniciando a colheita de 50 milhões de sacas de café na safra 2012/13. Do outro o Governo Federal com um programa de apoio ao setor, mas que na visão de lideranças não chega a tempo ao campo e não assegura tranquilidade para que o produtor possa colher e obter renda com a lavoura.

Como forma de ampliar a discussão na busca de uma solução para ordenar a oferta e evitar que o país tenha um prejuízo letal da ordem de até R$ 7 bilhões, a Cooparaiso realizou ontem (29) o encontro Plano de Safra 2012/13 – Programas de Apoio do Produtor, que reuniu produtores, lideranças nacionais do setor cafeeiro e cooperativista, e o diretor do Departamento de Café da Secretaria Nacional de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Edílson Martins Alcântara.

Na abertura do encontro, o presidente da Cooparaiso, deputado Carlos Melles, destacou a responsabilidade de cada liderança e foi firme ao defender a adoção de um programa de opções para um volume de 5 milhões de sacas, como forma de oferecer sustentação de preços aos cafeicultores. “A medida adotada na safra 2002/03 foi acertada e os preços subiram, do total de 4,3 milhões de sacas contratadas, pouco mais de 1 milhão de sacas foram efetivamente compradas, o que corresponde a 23% do total, e ainda o Governo ainda ganhou 17,9% quando vendeu ao mercado”, pontuou.

“Se o lideres não tiverem isto na ponta da língua não convence quem decide no Governo, parece que estamos amortecidos, falta pressão política e nós é que temos que mostrar ao governo esta necessidade que é urgente”, frisou.

Carlos Melles apresentou uma tabela com a evolução do preço do café em relação a outros produtos e insumos, deixando evidente que todos os produtores agropecuários, mas sobretudo o café, perderam a capacidade de troca. Por exemplo, no período entre 1994 a 2012, o salário mínimo subiu 1011%, e o café apenas 135%, o que Melles destaca como sendo “uma relação pecaminosa”. As cooperativas, os sindicatos, as Câmaras Municipais, Prefeituras, tem que ampliar essa discussão e criar uma massa crítica”, assinalou.

Na visão de Melles, se não houver uma ação emergencial, mais uma vez o produtor vai arcar com prejuízo, já que está iniciando a colheita com os preços em queda e criticou: “liberação de recursos do Funcafé atrasados já é uma rotina, vejam este ano ou o ano passado, muito poucos produtores tiveram acesso ao dinheiro”.

Edilson foi enfático ao afirmar que “o programa de opções não é uma opção do governo federal neste momento”. Por outro lado o diretor do Departamento de Café destacou que o setor precisa estar mais unido em suas reivindicações: “Toda proposta tem que ser analisada pelo setor, nós do Governo temos a proposta de ouvir sempre o setor, não é a posição de um ou de outro que vai mudar, se houver unanimidade no CDPC passa a ser um compromisso do ministro”.

Edílson Alcântara destacou que “o governo está estimulando o próprio produtor a estocar”, explicando que “o mercado brasileiro comando o mundo, e o mundo espera que o produtor brasileiro venda, derrubando os preços, por isso temos que ser inteligentes o suficiente para segurar este fluxo”. O diretor do Departamento de Café concorda que o mercado está “estreito e com uma demanda alta”, mas se o produtor não vender não haverá depreciação, afinal “o produtor brasileiro é quem comanda o mercado mundial”. Em sua fala aos produtores ele afirmou que os recursos alocados pelo governo dariam para segurar em torno de 11,4 milhões de sacas de café, o dobro do que os produtores estão pedindo em um programa de opções.

“O produtor é quem pode fazer a valorização do produto. Para isso o segredo é gerir o fluxo de caixa, e o segredo para enfrentar o mercado e gerir o produto”, disse o superintendente da área de café da Cooparaiso, Francisco Ourique. Para ele “o planejamento estratégico da cafeicultura é fundamental e o produtor precisa ter lucro. Sozinho isto não será possível”, alertou Ourique.

No encerramento do encontro, o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, destacou que “a parceria entre o CNC, CNA, Decaf, tem sido altamente positiva”. Na visão de Silas os fundamentos do mercado são altamente positivos, mas que “a tendência natural é que à medida em que falta recursos o produtor vai colhendo e vendendo. Agora não é assim, os recursos já devem estar disponibilizados na primeira quinzena de junho”. O presidente do CNC ressaltou ainda que há recursos do Banco do Brasil e do BNDES, enfatizando que “nunca se viu tantos recursos para o café como agora. O interessante é que possamos conscientizar o produtor para que ele ordenando sua venda ordene também os preços”. A palavra do CNC é ordenar a oferta, cuidar do caixa, para que os preços remuneram o produtor de café.

Fonte: Assessoria de Comunicação Dep. Carlos Melles via Jornal do Sudoeste

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