Consumo de fertilizantes aumentou 14% em Minas Gerais

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O bom desempenho das lavouras em Minas Gerais, no ciclo produtivo 2015/16, estimulou as vendas de fertilizantes, que ficaram 14% maiores no primeiro bimestre de 2016, em relação a igual período do ano passado. Apesar da desvalorização do real frente ao dólar, que alavancou os preços destes produtos, os agricultores do Estado seguem otimistas em relação à produção, já que o dólar mais valorizado também agrega maior competitividade aos itens que são exportados, como a soja, o milho e o café, por exemplo.

De acordo com o presidente do Sindac (Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Estado de Minas Gerais), Anselmo Vasconcellos Neto, é importante ressaltar que o setor do agronegócio é o único no País que mantém os resultados positivos.

“É interessante destacar que, mesmo com as dificuldades econômicas e a situação política instável, a produção rural continua crescendo e mostrando vigor em Minas Gerais e no País. Mesmo com a instabilidade, o produtor continua investindo, e isso foi fundamental para que as negociações de fertilizantes crescessem”, explicou Vasconcellos.

Ainda segundo os dados do Sindac, somente em Minas Gerais foi registrado um incremento de 14% nas negociações de fertilizantes ao longo do primeiro bimestre, frente a igual período de 2015. Ao todo foram entregues 575,49 mil toneladas dos produtos. No Brasil, as negociações ao longo do primeiro bimestre cresceram 10,8%, com a venda de 4,24 milhões de toneladas.

“Não esperávamos o aumento das vendas de fertilizantes registrado no primeiro bimestre de 2016. Com o cenário econômico nacional, acreditávamos em recuo. Além dos bons resultados da primeira safra, a alta na comercialização de fertilizantes mostra que os produtores vão investir na segunda safra, que deverá ser ainda melhor”.

No mesmo período, os preços dos fertilizantes em Minas Gerais tiveram acréscimo em função do dólar valorizado em relação à moeda brasileira. O preço médio praticado em 2015 foi de R$ 1.372,91 por tonelada e no início de 2016 o mesmo volume foi negociado a R$ 1.503, alta de 9,5%. Na comparação com o valor praticado no princípio de 2015, a alta acumulada é de 21,3%.

“O adubo utilizado na agricultura brasileira é 80% importado. Por isso, qualquer valorização do dólar interfere na formação dos preços internos do produto”.

A venda maior de fertilizantes tem como principal motivo o crescimento da agricultura mineira e a perspectiva de bons preços na comercialização da safra. A expansão produtiva acontece nas principais culturas do Estado. Somente a produção de café, principal produto do agronegócio de Minas Gerais, somará 27,7 milhões de sacas de 60 quilos em 2016, alta de 24,38%.

Safra de grãos eleva a demanda por insumo

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) prevê que a safra de grãos de 2015/16 terá um volume recorde de 12,79 milhões de toneladas, alta de 8,2% quando comparado com o ano safra anterior. No período, o destaque em crescimento é a soja que terá um aumento de 29,5% na produção, com a colheita de 4,54 milhões de toneladas.

Outro produto que tem demanda alta por fertilizantes é o milho, cuja produção mineira total, em 2016, foi estimada em 6,7 milhões de toneladas, queda de 1,1%. Somente na segundo safra é esperado aumento de 15,1% no volume de milho a ser produzido, podendo alcançar 1,61 milhão de toneladas.

Segundo explica o presidente do Sindac (Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Estado de Minas Gerais), Anselmo Vasconcellos Neto, “as culturas são muitas e estão disseminadas em todas as regiões de Minas. É um importante Estado produtor de milho, soja, café, cana-de-açúcar, entre outros. Podemos falar que Minas Gerais é um Brasil por trabalhar com os setores da produção agrícola”, disse Vasconcellos.

As expectativas em relação aos próximos meses são cautelosas devido à instabilidade econômica e política, o que impede que os produtores planejem com maior segurança os investimentos para a próxima safra.

“A atual situação do País dificulta o planejamento em todos os setores, e isto precisa ser rapidamente resolvido. No mercado agropecuário, o produtor, ao colher a safra, já está planejando o próximo ano. Mas, para todo planejamento, é preciso ter estabilidade, segurança política, econômica e jurídica. O agronegócio ainda mantém os resultados positivos. Mas se a situação econômica e política continuarem instáveis os resultados serão negativos”.

Fonte: Diário do Comércio (Michelle Valverde)

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