Consumo de café pode crescer, mas nova variante preocupa, diz OIC

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A produção global de café no ano-safra 2020/21 (outubro-setembro) totalizou 169,641 milhões de sacas de 60 quilos, alta de 0,4% na comparação com 2019/20 (168,000 milhões de sacas), disse a Organização Internacional do Café (OIC) nesta terça-feira (7), em seu relatório mensal de acompanhamento do mercado, ante as 169,635 milhões de sacas apontadas em novembro.

A produção mundial de café arábica atingiu 99,268 milhões de sacas em 2020/21 (+2,3%). Por outro lado, a safra de robusta caiu 2,2%, totalizando 70,375 milhões de sacas.

Já o consumo global de café em 2020/21, segundo OIC, atingiu 167,670 milhões de sacas, com alta anual de 1,9% (164,528 milhões de sacas em 2019/20). Em novembro, a estimativa para a demanda global de café em 2020/21 era de 167,148 milhões de sacas.

Com isso, o mercado global de café teve superávit entre a oferta e a demanda na ordem de 1,971 milhão de sacas em 2020/21, após um excedente de 4,472 milhões de sacas observado em 2019/20. Em novembro, a OIC estava apontando um excedente de 2,487 milhões de sacas para 2020/21.

Conforme a OIC, avaliando a safra 2021/22 já em andamento, a geada no Brasil afetando uma produtividade que já seria menor em função do ciclo bianual do café arábica segue como principal fator a impactar negativamente as perspectivas para a produção global no ciclo.

Em relação ao consumo global de café, o panorama era muito bom até um mês atrás, com revisões positivas para os números de demanda a partir de alívio nas restrições relacionadas à Covid-19.

“A perspectiva, no entanto, mudou rapidamente, especialmente na Europa, com o surgimento da nova variante, Ômicron. A Áustria e a Eslováquia anunciaram recentemente o retorno ao bloqueio total até pelo menos meados de dezembro, mesmo enquanto as restrições estão sendo relaxadas em lugares como a Nova Zelândia. A projeção de crescimento econômico global foi rebaixada, agora com expectativa de crescimento de 5,9% em 2021 e de 4,9% em 2022, pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). O Fundo disse que a revisão pessimista para 2021 reflete um rebaixamento para economias avançadas – em parte devido a interrupções no fornecimento – e para países em desenvolvimento de baixa renda, em grande parte devido ao agravamento da dinâmica da pandemia”, apontou a OIC.

Preços do café subiram

De acordo com o Indicador de preços da OIC, o valor subiu 7,5% em novembro, para 195,17 centavos de dólar por libra-peso, na comparação com outubro (181,57 centavos).

Desde novembro de 2020, quando o indicador da OIC foi precificado em 109,70 centavos, um aumento de 77,9% foi registrado. Ao mesmo tempo, a média de novembro de 2021 é a maior desde outubro de 2011, quando tocara em 193,90 centavos.

Em seu relatório mensal de acompanhamento do mercado, a OIC destacou que os ganhos constantes dos preços do café desde o início do ano cafeeiro 2020/21 mostram uma recuperação no mercado após quatro anos consecutivos de preços baixos, refletindo “uma dramática alteração no quadro de oferta e demanda”.

Expectativas de redução na oferta em algumas origens, particularmente no Brasil após prolongada estiagem e ainda geadas – além de interrupções no fluxo de café dos principais países produtores para os importadores -, têm puxado as cotações do grão.

Fonte: Canal Rural (Por Agência Safras)