Consumo de café no Brasil caiu 1,23% em 2013, diz Abic

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O consumo de café no país de novembro de 2012 a outubro de 2013 registrou retração de 1,23%, totalizando 20,08 milhões de sacas, contra 20,33 milhões de sacas no intervalo anterior, informou nesta segunda-feira, em nota, a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

O consumo per capita do produto ficou em 4,87 quilos de café torrado por habitante ao ano, o que equivale a 6,09 quilos de café verde por habitante ao ano, em comparação aos 4,98 quilos de café em 2012.

A Abic atribui esta ligeira retração ao fato de que a mesa do café da manhã ganhou inúmeras novas opções de bebidas prontas para o consumo, como sucos, achocolatados, bebidas à base de soja, cuja penetração no mercado ainda é pequena se comparada ao café, mas que apresenta um crescimento bastante elevado e que concorrem com o cafe, diz a Abic em nota.

Enquanto a penetração do café no consumo doméstico permaneceu elevada (95%), mas estável, os outros produtos ou categorias novas cresceram acima de 20%, como foi o caso do suco pronto (25%) e as bebidas à base de soja (29%), segundo pesquisas complementares da Kantar Worldpanel.

Essas categorias de maior valor agregado desafiam a indústria de café para a inovação e para a retomada de índices de crescimento maiores, o que pode ocorrer com a oferta de cafés de melhor qualidade, diferenciados e certificados.

Os preços do café nas prateleiras do varejo diminuíram ao longo de 2013, com o valor médio de R$ 14,82 o quilo em janeiro de 2013 e de R$ 12,55 por quilo em dezembro do ano passado, com queda de 15%, para os cafés tradicionais, segundo pesquisas feitas no varejo paulistano.

Esta queda, entretanto, não serviu para ampliar o consumo. O café em pó representou 87,4% das vendas em valor. Enquanto isto, os novos produtos como cápsulas, café com leite e cappuccinos, representaram cerca de 3,5% em valor, mas cresceram até 33% em função de forte procura, conforme a Abic.

Nas prateleiras, o aumento do produto variou de R$ 10,15 o quilo para os cafés tradicionais em janeiro de 2008, para R$ 12,65 o quilo em janeiro de 2014, um acréscimo de 24,6% em seis anos. O reajuste refletiu a alta do grão no início de 2013.

O grande consumo de café ainda se concentra nas classes C e D que, segundo a AC Nielsen, vêm procurando produtos com melhor qualidade, mesmo com preço superior, o que representa uma mudança de padrão de compra importante.

A procura por cafés "fortes" têm aumentado, em detrimento dos extra fortes, que normalmente são mais baratos. Cafés gourmet e certificados parecem ser a nova tendência dos consumidores para os anos futuros, em um movimento natural de valorização da qualidade e da certificação, informa a Abic.

Cerca de 81% dos gastos na categoria café são feitos em supermercados, para abastecer principalmente o lar. Fora do lar, o principal canal de vendas são as padarias, que respondem por 64% dos gastos da categoria café. As cafeterias, apesar de seu crescimento vertiginoso, ainda respondem por 50% dos gastos da categoria café. Isto significa que consumidores degustam café em padarias e em cafeterias, no mesmo dia.

A Abic estima que o volume de vendas do setor de torrado e moído em 2013 tenha sido de R$ 7,3 bilhões. A entidade também projeta que o crescimento do consumo interno de café será retomado em 2014, ao nível de 3% a 4%.

A expectativa da indústria este ano é contornar eventuais dificuldades com o suprimento de matéria-prima, em virtude da possível redução da safra de café por causa da seca, diz a Abic em nota.

A entidade afirma ainda que os custos vão aumentar e que as empresas eventualmente deverão reavaliar suas operações.

Fonte: Valor Econômico

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