Conab estima safra 2021 entre 43,9 e 49,6 milhões de sacas

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou, ontem, a safra 2021 de café do Brasil entre 43,9 milhões e 49,6 milhões de sacas de 60 kg, o que corresponde a uma quebra de 30,5% a 21,4% em relação à temporada anterior, que foi recorde de 63,1 milhões de sacas.

O Conselho Nacional do Café (CNC) esteve em contato constante com a estatal ao longo do levantamento e da apuração dos números e entende que a estimativa apresenta a realidade do cinturão cafeeiro do Brasil.

“A queda projetada pela Conab vem ao encontro do ciclo de baixa na bienalidade do café arábica e reflete o impacto da estiagem e das altas temperaturas que assolaram os cafezais, principalmente entre agosto e outubro do ano passado”, comenta Silas Brasileiro, presidente do CNC.

SEM ESCASSEZ DE CAFÉ
O dirigente da entidade que representa cafeicultores e cooperativas de produção no Brasil relata que, apesar de uma colheita menor, o País não deixará de honrar seus compromissos.

“A safra a ser colhida somada aos nossos estoques de passagem permitirão que permaneçamos como principais exportadores mundiais de café e que também abasteçamos nosso mercado interno, compromissos que absorvem, em média, cerca de 60 milhões de sacas ao ano atualmente. E esse volume teremos à disposição com a colheita e o produto armazenado”, calcula.

IMPORTÂNCIA DO FUNCAFÉ
Conforme ele, a partir dos números apresentados pela Conab, o CNC estreitará contato com a Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o governo federal para dar celeridade e monitorar as solicitações dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) voltados para Recuperação de Cafezais Danificados.

Essa linha de financiamento teve seu orçamento elevado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), conforme orientação do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), de R$ 10 milhões para R$ 160 milhões no ano passado, exatamente para os produtores poderem refazer seus cafezais impactados pelas adversidades climáticas.

Brasileiro também destaca a importância do Fundo em uma safra como a que se desenha para 2021. “Num ciclo de baixa como o atual, os recursos do Funcafé são fundamentais, principalmente para que os produtores afetados possam realizar os tratos e recuperar seus cafezais, bem como para financiar a estocagem do produto, com os juros mais baixos da história, e poder colocá-los no mercado nos momentos mais adequados”, explica.

O trabalho intransigente de defesa do Funcafé que o Conselho realiza, completa o presidente, justifica-se em momentos como o atual. “A finalidade principal do nosso Fundo é possibilitar a geração de renda ao cafeicultor, por isso o CNC atua com compromisso e responsabilidade quando o assunto é o Funcafé, cujos recursos precisam ser preservados para ajudar produtores em situações adversas, como essa ocasionada pelo clima”, argumenta.

Ele recorda que os cafeicultores, que tiveram suas lavouras impactadas e desejam tomar o capital do Fundo para financiar a recuperação dos cafezais, devem iniciar o levantamento para lavrarem um laudo técnico da situação, já que essa é uma condição imposta pelo Manual de Crédito Rural e que também foi acordada entre cadeia produtiva e governo dentro do CDPC.

Fonte: Assessoria de Comunicação CNC